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quarta-feira, 7 de maio de 2008

LITURGIA DO DIA - 07/05

Santo do dia

VII SEMANA DA PÁSCOA
Ofício do dia da Semana do Tempo da Páscoa,
depois da Ascensão.
Missa própria da 4.ª Feira do 7.ª Semana,
com Prefácio da Ascensão.
Nossa Senhora dos Desamparados

Hoje a Igreja celebra : Santa Flávia Domitila, Virgem e Mártir, séc. I
S. Juvenal. bispo, +458
Beata Maria Luisa Trichet, religiosa, fundadora, +1759

Livro dos Actos dos Apóstolos 20,28-38

Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, Paulo disse aos anciãos da Igreja de Éfeso: 28"Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos colocou como guardas, para pastore¬ar a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho. 29Eu sei, depois que eu for embora, aparecerão entre vós lobos ferozes, que não pouparão rebanho. 30Além disso, do vosso próprio meio aparecerão homens com doutrinas perversas que arrastarão discípulos atrás de si. 31Por isso, estai sempre atentos: lembrai-vos de que, durante três anos, dia e noite, com lágrimas, não parei de exortar a cada um em particular.32Agora entrego-vos a Deus e à mensagem de sua graça, que tem poder para edificar e dar a herança a todos os que foram santificados. 33Não cobicei prata, ouro ou vestes de ninguém. 34Vós bem sabeis que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para os que estavam comigo. 35Em tudo vos mostrei que, trabalhando deste modo, se deve ajudar os fracos, recordando as palavras do Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais alegria em dar do que em receber". 36Tendo dito isto, Paulo ajoelhou-se e rezou com todos eles. 37Todos, depois, prorromperam em grande pranto, e lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38aflitos, sobretudo por lhes haver ele dito que não tornariam a ver-lhe o rosto. E o acompanharam até o navio.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 68(67),29-30.33-35.35-36

- Reinos da terra cantai ao Senhor.
- Reinos da terra cantai ao Senhor.
- Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder, confirmai este poder que por nós manifestastes, a partir de vosso templo, que está em Jerusalém, para vós venham os reis e vos ofertem seus presentes!
- Reinos da terra cantai ao Senhor.
- Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos! Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos. Eis que eleva e faz ouvir a sua voz, voz poderosa.
- Reinos da terra cantai ao Senhor.
- Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens. Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade! Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder. Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!
- Reinos da terra cantai ao Senhor.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. João 17,11-19

Aclamação (Jo 17,17ba)
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Aleluia, aleluia, aleluia.
- Vossa palavra é a verdade,/ santificai-nos na verdade!
- Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho (Jo 17,11b-19)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou, dizendo: 11b"Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura. 13Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. 15Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. 17Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. 19Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Consagrados na verdade

A oração como conclusão do sermão do adeus, cheia de confidência, doçura e amor é altamente inspirada, é chamada "oração sacerdotal", porque nela Jesus se apresenta em atitude de sacerdote, a interceder pelos seus, no momento em que está para deixá-los sós no mundo. Esta perícope é denominada pelos temas de "hora" e da "glória". Trata-se da hora da morte (Jo. 2,4; 7,30; 8,20), hora em que deve subir deste mundo ao Pai (13,1). Mas ela é, ao mesmo tempo, também a hora de sua glorificação. Isto explica porque o primeiro pedido que Jesus formula seja o de sua glorificação: "Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti" (Jo. 17,1). Porém, esta glorificação se realiza através da cruz, denominada por S. João "exaltação", ou seja, enaltecimento, glória. João considera a morte de Jesus como o seu ingresso na glória celeste. Por isso, pode dizer que a hora de sua morte é a hora de sua glória mais alta.
No Evangelho de hoje, Jesus prossegue a sua sublime "oração sacerdotal", intercedendo pelos seus amigos diante do Pai, antes de subir ao Céu. Pouco antes, ouvimos Cristo prometer-lhes um protetor, o Espírito da Verdade, que será a Sua presença permanente entre eles. Agora, pede ao Pai que santifique os discípulos na mesma Verdade, do mesmo modo que se consagra por eles.
A unidade pela qual Jesus reza não é só a dos discípulos (dos cristãos) entre si, mas também a unidade de que Ele é alma e fundamento, vale dizer a unidade com o Pai e o Filho. Como o Pai se reflete no Filho, assim os discípulos encontrarão nesse espelho, refletindo-se neles mesmos, o verdadeiro e último fundamento de sua unidade.
A efusão do Espírito, cuja incumbência se acentua à medida que nos aproximamos do dia de Pentecostes (no próximo domingo), será a consagração dos discípulos na Verdade.
Esta consagração tira a sua força do sacrifício da Cruz e dá ao crente acesso à santidade de Deus e à alegria perfeita, plena e transbordante de Jesus glorificado. Duas condições são necessárias para atingir esta consagração na verdade: 1.ª - Manterem-se unidos os discípulos entre si pelo amor, como Cristo com o Pai e o Espírito Santo, pois o amor faz parte essencial da verdade de Deus: "Pai, guardar em teu nome os que me deste, para que sejam um, como nós". 2.ª - Suportar e vencer com esse amor o ódio do mundo, no meio do qual terão que viver os cristãos: "Eu dei-lhes a tua palavra e o mundo odiou-os porque não são do mundo, como eu também não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal".
Já antes Jesus falou aos seus do ódio do mundo (Jo. 15, 18 ss). Por que o mundo odeia os discípulos de Cristo? Precisamente, porque como Ele estão consagrados pelo Espírito da verdade, e esta não se pode harmonizar com a mentira do mundo, pois deixa-a a descoberto.
No esquema ideológico do Evangelho de S. João, o mundo contrapõe-se a Cristo e aos seus, tal como as trevas à luz. Habitualmente, João julga o mundo como o aliado e o campo de ação do maligno, e, por isso mesmo, inimigo de Deus.
Segundo S. João, o mundo é o mal, amassado com "as paixões do homem carnal, a concupiscência dos olhos e a arrogância do dinheiro" (1Jo. 2, 16). Daí a tensão inevitável para o seguidor de Jesus, o cristão: viver no meio do mundo sem ser possuído por ele. Mais ainda, em cumprimento de sua missão de apóstolo e testemunha, tratando de conquistar o mundo para o reino de Deus mediante o anúncio e testemunho de Cristo, luz do mundo tal como o seu discípulo.
O nosso testemunho da verdade, que é Cristo, centra-se no amor, segundo o desejo de Jesus: "Que sejam um, como nós, para que o mundo acredite". Por sua vez, esse amor brota do amor que Deus nos tem e pelo qual nos oferece a nova vida pascal em Jesus e pelo seu Espírito. "Se Deus nos amou desta maneira, também nós devemos amar-nos uns aos outros" (1Jo. 4, 11). Disto somente é capaz quem vive como consagrado e santificado pela verdade, isto é, em união com Cristo.
Para testemunhar essa nova vida de consagrado, o cristão deve experimentá-la antes e vivê-la pessoalmente pela fé, pois essa nova vida está com Cristo escondida em Deus (Cl. 3,3). Por isso, o cristão não tem distintivo exterior algum que o identifique. O júbilo pascal da nossa adoção filial por Deus pertence ao mundo da fé. E a fé é, antes de tudo, experiência vivencial, dom e graça do Senhor, e não mero conhecimento conceptual do mesmo.
Com a força dessa fé e vida nova seremos capazes de transformar tudo, dentro de nós e à nossa volta: trabalho, estudo, vida familiar, problemas pessoais, compromisso social, solidão, doença e morte.
Temos de provar, de gostar e de ensaiar com entusiasmo a nova vida pascal, convertendo o coração aos bens do alto, ainda que sem nos desinteressarmos das pessoas e dom mundo. Consideremo-nos mortos para o pecado e suas obras, e ressuscitados com Cristo para Deus.
Para vencer o ódio ao mundo, no meio do qual temos de viver, não há meio melhor e mais convincente que o testemunho da verdade pelo amor.

Fonte: Arautos do Evangelho

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