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sábado, 21 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 21/06

Santo do dia

SÃO LUIS GONZAGA, RELIGIOSO (+1591), SJ. MEMORIA.
Ofício da memóriaMissa própria:
Prefácio Comum ou dos Santos.

SÃO LUIZ GONZAGA

Livro de 2º Crónicas 24,17-25

Leitura do Segundo Livro das Crônicas:

17Depois da morte de Joiada, os chefes de Judá vieram prostrar-se diante do rei Joás, que, atraído por suas lisonjas, se deixou levar por eles. 18Os chefes de Judá abandonaram o templo do Senhor, o Deus de seus pais, e prestaram culto a troncos sagrados e a imagens esculpidas, atraindo a ira divina sobre Judá e Jerusalém por causa desse crime. 19O Senhor mandou-lhes profetas para que se convertessem a ele. Porém, por mais que estes protestassem, não lhe queriam dar ouvidos. 20Então o espírito de Deus apoderou-se de Zacarias, filho do sacerdote Joiada, e ele apresentou-se ao povo e disse: "Assim fala Deus: Por que transgredis os preceitos do Senhor? Isto não vos será de nenhum proveito. Porque abandonaste o Senhor, ele também vos abandonará". 21Eles, porém, conspiraram contra Zacarias e mataram-no a pedradas por ordem do rei, no pátio do templo do Senhor. 22O rei Joás não se lembrou do bem que Joiada, pai do profeta, lhe tinha feito, e matou o seu filho. Zacarias, ao morrer, disse: "Que o Senhor veja e faça justiça!" 23Ao cabo de um ano, o exército da Síria marchou contra Joás, invadiu Judá e Jerusalém, massacrou os chefes do povo, e enviou toda a presa de guerra ao rei de Damasco.24Na verdade, o exército da Síria veio com poucos homens, mas o Senhor entregou nas mãos deles um exército enorme, porque Judá tinha abandonado o Senhor, o Deus de seus pais. Assim, os sírios fizeram justiça contra Joás. 25Quando eles se retiraram, deixando-o gravemente enfermo, seus homens conspiraram contra ele, para vingar o filho do sacerdote Joiada, e mataram-no em seu leito. Ele morreu e foi sepultado na cidade de Davi, mas não no sepulcro dos reis.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 89(88),4-5.29-30.31-32.33-34

- Guardarei eternamente para ele a minha graça!
- Guardarei eternamente para ele a minha graça!
- "Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor: Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!"
- Guardarei eternamente para ele a minha graça!
- Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel. Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência, e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar.
- Guardarei eternamente para ele a minha graça!
- "Se seus filhos, porventura, abandonarem minha lei e deixarem de andar pelos caminhos da Aliança; se, pecando, violarem minhas justas prescrições e se não obedecerem aos meus santos mandamentos:
- Guardarei eternamente para ele a minha graça!
- Eu então, castigarei os seus crimes com a vara, com açoites e flagelos punirei as suas culpas. Mas não hei de retirar-lhes minha graça e meu favor e nem hei de renegar o juramento que lhes fiz".
- Guardarei eternamente para ele a minha graça!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 6,24-34

Aclamação (2Cor 8,9)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico,/ para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos,/ mediante sua pobreza.

Evangelho (Mt 6,24-34)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24"Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. 25Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? 26Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? 27Quem de nós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso? 28E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?31Portanto, não vos preocupeis, dizendo: Que vamos comer? Que vamos beber? Como vamos nos vestir? 32Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. 33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. 34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia, bastam seus próprios problemas".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Não vos preocupeis com o dia de amanhã

Intrinsecamente falando, todo o evangelho é belo, porque são as próprias palavras de Jesus, do próprio Verbo encarnado que nos chegam através dos quatro evangelistas. Entretanto, o de hoje é de uma beleza literária nítida e abre com um dilema: "Ninguém pode estar ao serviço de dois senhores. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro". Logo a seguir pressupondo que o ouvinte opte por Deus, então o Divino Mestre repete insistentemente a recomendação: não vos angustieis.
Esta é a solução do dilema: abandonar-se à providência amorosa de Deus. Idéia que Jesus realça com duas belas imagens da natureza: Se as aves e os lírios do campo são objeto do cuidado de Deus, que provê gratuitamente à sua manutenção diária, quanto o mais será o homem, que vale muito mais.
"Não vos preocupeis com a vida, o alimento e o vestuário". Estas são exatamente as preocupações do homem de todas as épocas da história, desde Adão ao fim do mundo, quer ele seja pobre, quer rico. Por isso o aviso dirige-se tanto ao rico a quem sobra, mas que pode ser escravo da obsessão do ter e gastar, como ao pobre a quem falta e que igualmente pode ser dominado pela psicose da penúria.
Ora, nosso Pai que está no céu já sabe, desde toda a eternidade, que temos necessidade de tudo isso. Deus é Pai e é Mãe. A solução não é ficar preocupado com o problema a esse nível do ter ou não, de faltar ou não faltar, mas está no "sobretudo procurai o reino de Deus e a sua justiça; o resto vos será dado por acréscimo". Esta conclusão responde à atitude básica do cristão, seguidor de Cristo.
A opção preferencial por Deus e o seu reino - e não a opção preferencial pelos pobres ou pelos ricos - é a sábia e a divina, e, portanto, verdadeira solução. Mediante a opção prioritária por Deus e o seu reinado na nossa vida e no mundo, estabelecemos a hierarquia de valores querida e ensinada por Jesus. Ele não diz procurai "unicamente", mas diz procurai "sobretudo". Com isso, Ele não exclui o resto, mas coloca o remanescente no seu lugar apropriado.
Cristo sabe muito bem que cada um de nós não é ave nem lírio e que necessitamos de ganhar a vida com diligência e trabalho, mas descobrindo, filialmente, em cada passo a providência amorosa de Deus e confiando-nos totalmente ao Pai, sem angústia obsessiva pela aquisição sempre de novas coisas para a manutenção quotidiana. Como criança de peito depende sua mãe, muito mais devemos depender de Deus e confiar-lhe todos os nossos problemas, dissabores e dificuldades de toda a ordem.
A alguns céticos poderá parecer que a linguagem de Jesus no evangelho de hoje é um pouco romântica ou pelo menos pouco realista, a de um sonhador, um poeta, que fala de flores e passarinhos. Contudo, Cristo nunca falou como um sonhador, tão pouco, hoje, embora seja evidente a hierarquia de valores que estabelece e que choca frontalmente com a sabedoria dos nossos "sensatos" e tacanhos critérios.
O mundo moderno esforça-se mais do nunca por apartar Deus de suas cogitações, em qualquer campo da atividade do homem, gerando por isso uma crise de proporções insolúveis. Porém, não deixa de querer ter dinheiro para se sentir seguro face a todos os problemas dessa crise. A fome de segurança não se restringe ao dinheiro, mas também aos bens espirituais, ou seja, a psicose de segurança corre a par do possuir e do ter.
Ora, a obsessão de segurança total choca com a fé. Esta será sempre um risco, aventura e atitude de peregrino em marcha pela vida, rumo à eternidade. Isso faz com que não estejamos a salvo dos imprevistos de uma insegurança temporal, embora compensada amplamente por uma garantia superior de outro tipo.
A confiança e o abandono nas mãos de Deus que hoje Jesus nos pede é fé nAquele a quem servimos por amor e por quem nos sentimos amados. Deus sabe muito bem que necessitamos de muitas coisas para a subsistência de cada dia, que se fundamenta no dinheiro e nos bens que com ele se adquirem. Por isso, Jesus nos ensinou a rezar: dai-nos hoje o pão nosso de cada dia.
Esta confiança em Deus não é alienante, isto é, não nos exime da nossa responsabilidade nas tarefas temporais, não nos permite desinteressarmo-nos do nosso compromisso cristão no mundo. Já o diz o adágio: A Deus rogando e com o maço dando. Esse é o espírito da parábola dos talentos. A procura do Reino de Deus não exclui o desenvolvimento humano e temporal, antes o está pedindo. O homem é colaborador da obra de Deus no mundo.
Hoje devemos fazer um exame de consciência: qual é o deus a quem prestamos culto? É urgente uma opção ao dilema inicial: não podeis servir a Deus e ao dinheiro. A proposta de Cristo, a Sabedoria eterna e encarnada, é clara: livres da angústia existencial e da febre possessiva, procuremos antes de tudo o reino de Deus e a sua justiça (santidade), e o resto nos será dado por acréscimo.

Fonte: Arautos do Evangelho

sexta-feira, 20 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 20/06

Santo do dia

XI SEMANA DO TEMPO COMUM

Ofício do dia de semana e Missa à escolha
Hoje a Igreja celebra :

Beata Teresa, a infanta Teresa de Portugal, filha de D. Sancho I, nasceu em 1177 e foi rainha de Leão, tendo tido três filhos antes da declaração da nulidade do seu casamento com Afonso IX, por consanguinidade. Voltando ao nosso país, recolheu ao mosteiro de Lorvão, onde se fez cisterciense. Restaurou o velho convento e ali se refugiou durante a guerra que seu marido moveu contra o rei português para fazer valer os direitos que alegava deter pelo seu matrimónio então desfeito. Ficou conhecida pela sua caridade para com os humildes e desprotegidos.Teve papel importante na procura de uma solução para as contendas entre seus sobrinho Sancho II e Afonso III .

Beata Sancha, nascida em Coimbra, em 1180, filha de D. Sancho I e da rainha D. Dulce, a infanta D. Sancha foi educada na piedade e austeridade. Quando herdou de seu pai a vila de Alenquer e o seu termo, ali fundou dois conventos, confiando um aos dominicanos e o outro aos franciscanos. Para si mesmo, fundou o convento de Celas, em Coimbra, onde toma o hábito de cisterciense e ficou a residir até à sua morte.

Beata Mafalda, apesar de ter casado com o rei Henrique I de Castela, esta filha de D. Sancho I não chegou a consumar o matrimónio uma vez que o marido morreu, ainda de menor idade. A infanta D. Mafalda preferiu então recolher-se ao mosteiro cisterciense de Arouca, tendo consagrado a Deus o resto da sua vida. Distribuiu todos os seus bens por mosteiros e conventos, ordens religiosas e igrejas catedrais. Morreu com mais de 60 anos e deixou, por toda a parte, uma memória de grande generosidade e desprendimento, sendo abençoada pela devoção dos fiéis.Foi beatificada, juntamente com as suas irmãs, em 1705.

Beato Francisco Pacheco, nasceu em Ponte de Lima em 1565. Sobrinho de um mártir do Japão, ficou de tal forma entusiasmado com a história do tio que fez voto de ser também mártir, tendo apenas 10 anos. No entanto, já tinha vinte anos quando entrou para a Companhia de Jesus, tendo sido ordenado sacerdote em Goa. Em 1604 já estava no Japão, donde teve de fugir duas vezes devido ao clima de perseguição que aí se vivia. Acabou por ser feito prisioneiro e levado para Nagasaqui, onde foi queimado vivo em 1626. Com ele, morreram mais dois padres jesuítas, alguns catequistas, três famílias acusadas de o terem acolhido e ainda um menino chamado Luís.Numa das suas últimas cartas escrevia: “Estamos todos já muito cansados e cortados, dos trabalhos desta perseguição; porém, as esperanças de nos caber alguma boa sorte de martírio nos animam e fazem continuar e fazer da fraqueza forças, esperando nessa hora em que nos caiba a ditosa sorte”.

Livro de 2º Reis 11,1-4.9-18.20

Leitura do Segundo Livro dos Reis:

Naqueles dias, 1quando Atália, mãe de Ocozias, soube que o filho estava morto, pôs-se a exterminar toda a família real. 2Mas Josaba, filha do rei Jorão e irmã de Ocozias, raptou o filho dele, Joás, do meio dos filhos do rei, que iriam ser massacrados, e colocou-o, com sua ama, no quarto de dormir. Assim, escondeu-o de Atália e ele não foi morto. 3E ele ficou seis anos com ela, escondido no templo do Senhor, enquanto Atália reinava no país. 4No sétimo ano, Joiada mandou chamar os centuriões dos quereteus e da escolta, e introduziu-os consigo no templo do Senhor. Fez com eles um contrato, mandou que prestassem juramento no templo do Senhor e mostrou-lhes o filho do rei. 9Os centuriões fizeram tudo o que o sacerdote Joiada lhes tinha ordenado. Cada um reuniu seus homens, tanto os que entravam de serviço no sábado, como os que saíam. Vieram para junto do sacerdote Joiada, 10e este entregou aos centuriões as lanças e os escudos de Davi, que estavam no templo do Senhor. 11Em seguida, os homens da escolta, de armas na mão, tomaram posição a partir do lado direito do templo até o esquerdo, entre o altar e o templo, em torno do rei. 12Então Joiada apresentou o filho do rei, cingiu-o com o diadema e entregou-lhe o documento da Aliança. E proclamaram-no rei, deram-lhe a unção e, batendo palmas, aclamaram: "Viva o rei!"13Ouvindo os gritos do povo, Atália veio em direção da multidão no templo do Senhor. 14Quando viu o rei de pé sobre o estrado, segundo o costume, os chefes e os trombeteiros do rei junto dele, e todo o povo do país exultando de alegria e tocando as trombetas, Atália rasgou suas vestes e bradou: "Traição! Traição!" 15Então o sacerdote Joiada ordenou aos centuriões que comandavam a tropa: "Levai-a para fora do recinto do templo e, se alguém a seguir, seja morto à espada". Pois o sacerdote havia dito: "Não seja morta dentro do templo do Senhor". 16Agarraram-na e levaram-na aos empurrões pelo caminho da porta dos Cavalos até o palácio, e ali foi morta. 17Em seguida, Joiada fez uma aliança entre o Senhor, o rei e o povo, pela qual este se comprometia a ser o povo do Senhor. Fez também uma aliança entre o rei e o povo. 18Todo o povo do país dirigiu-se depois ao Templo de Baal e demoliu-o. Destruíram totalmente os altares e as imagens e mataram Matã, sacerdote de Baal, diante dos altares. E o sacerdote Joiada pôs guardas na casa do Senhor. 20Todo o povo do país o festejou e a cidade manteve-se calma.

- Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

Livro de Salmos 132,11.12.13-14.17-18

- O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada. - O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada. - O Senhor fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais renegará: "Um herdeiro que é fruto do teu ventre colocarei sobre o trono em teu lugar!
- O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada.- Se teus filhos conservarem minha Aliança e os preceitos que lhes dei a conhecer, os filhos deles igualmente hão de sentar-se eternamente sobre o trono que te dei!"
- O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada.- Pois o Senhor quis para si Jerusalém e a desejou para que fosse sua morada: "Eis o lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o lugar que preferi!"
- O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada. - O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada.
- O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada. - "De Davi farei brotar um forte Herdeiro, acenderei ao meu Ungido uma lâmpada. Cobrirei de confusão seus inimigos, mas sobre ele brilhará minha coroa!"
- O Senhor preferiu Jerusalém por sua morada.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 6,19-23

Aclamação (Mt 5,3)

- Aleluia, Aleluia, Aleluia. - Aleluia, Aleluia, Aleluia. - Felizes os humildes de espírito,/ porque deles é o Reino dos Céus.

Evangelho (Mt 6,19-23) - O Senhor esteja convosco. - Ele está no meio de nós. - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus. - Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 19"Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam. 20Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. 21Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. 22O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é sadio, todo o teu corpo ficará iluminado. 23Se o teu olho está doente, todo o corpo ficará na escuridão. Ora, se a luz que existe em ti é escuridão, como será grande a escuridão.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

O verdadeiro tesouro: o Coração de Jesus e Maria

O evangelho de hoje oferece-nos um conjunto de conselhos de nosso Divino Mestre sobre nossa atitude, como seus discípulos, perante os bens terrenos. São comentários do sermão da Montanha: "bem aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus", ou seja, da bem-aventurança da pobreza.
S. Vicente de Paulo se pergunta: onde está o coração amante? Nas coisas que ele ama. Por conseguinte, onde está o nosso amor, está cativo o nosso coração. Não pode sair, não pode elevar-se mais alto, não pode ir para a esquerda nem para a direita; está parado. Onde está o tesouro do avarento, aí está o seu coração; e onde está o nosso coração, aí está o nosso tesouro.
Trata-se, portanto, da pureza de intenção com que se deve procurar o verdadeiro tesouro, servindo a um só Senhor e evitando a cegueira de acumular estupidamente. Como é o coração do homem, assim é o seu olhar. Quanto o olhar da pessoa, isto é, a sua atenção e intenção se dirigem por inteiro a Deus e à Sua vontade, toda a sua vida se mantém na luz e no bem. Caso contrário, viverá nas trevas do pecado.
Às vezes não é tanto o bem material, mas o nosso amor próprio que é o nosso maior tesouro, onde está ancorado nosso coração, nosso olhar inteiro. S. Vicente de Paulo subtilmente nos mostra o problema:
"E um nada, uma imaginação, uma palavra seca que nos disseram, uma falta de acolhimento caloroso, uma pequena recusa, apenas o pensamento de que não nos têm em grande conta - tudo isso nos fere e nos indispõe de um modo que não podemos vencer! O amor próprio nos liga a essas feridas imaginárias, que não saberíamos tirar, estão sempre presentes, e porquê? É porque se está cativo dessa paixão. Que é que nos prende? Estamos nós na ‘liberdade dos filhos de Deus? (Rom. 8,21) Ou estamos ligados aos bens, aos caprichos, às honras?"
Quando nosso amor próprio se converte no "fim" obsessivo de nossa vida, começamos a soldar os elos da cadeia que nos amarra à tirania de um novo ídolo, oposto ao Deus verdadeiro. Pobre de espírito no sentido mais pleno da palavra é estar despido desta pseudo-riqueza, que é o amor próprio.
Os bens terrenos, as honrarias e outros tantos "tesouros" não são mais que facetas do mesmo amor próprio que nos afastam do amor a Deus.
Por outro lado, há muita gente feliz com muito poucas coisas. São os que assimilaram a bem-aventurança da pobreza afetiva e efetiva e sabem ser solidários com os seus irmãos no partilhar espontaneamente seus bens materiais. Sobretudo são aqueles que, com muito ou poucos bens materiais, são despojados de si mesmos, atenciosos com os outros, alegres no convívio e prontos a partilhar a dor dos irmãos consigo, levando o amor a Deus até o esquecimento de si próprios.
A dificuldade de controlar nosso coração, leva-nos a recorrer a Quem é o Rei e centro de todos os corações. Se Ele nos aconselhou, paternalmente nos dará as graças superabundantes para lhe agradarmos no cumprimento desta bem-aventurança. Peçamos-Lhe, pois, um coração semelhante ao dele: "manso e humilde". Ele que tanto nos ama, não deixará de nos atender.
Para termos a certeza de que seremos atendidos, recorramos a outro coração tão semelhante ao dele, que outro desejo não tem senão o de que tenhamos um coração semelhante ao Coração de Jesus: Maria Santíssima.

Fonte: Atautos do Evangelho

quinta-feira, 19 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 19/06

Santo do dia

XI SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício do dia de semana e Missa à escolha ou

São Romualdo Abade, Tinha 20 anos e levava uma vida dissipada e pecadora quando viu seu pai matar um parente em duelo. O choque que recebeu foi a ocasião da graça para o converter. Depois de passar algum tempo na França, em contacto com a espiritualidade da Abadia de Cluny, retornou à Itália e iniciou sua obra de fundação de mosteiros. Entre outros, fundou o de Campus Máldoli, berço da Ordem dos Camaldulenses, inaugurando uma nova forma de vida eremítica. Faleceu aos 75 anos. Seu corpo foi preservado da corrupção e encontrava-se intacto quatro séculos depois de sua morte.

Santa Juliana nasceu em 1270 e morreu em 1341. Aos 14 anos recebeu o hábito da Ordem Terceira da Congregação dos Servitas, fundada por seu tio Santo Alexis Falconieri. O hábito e mais tarde a profissão foram-lhe dadas por São Felipe Benício, que veio a falecer pouco depois, não sem antes ter recomendado a Congregação à jovem freira. Juliana dedicou-se com afinco à organização da Congregação. Em 1304, o papa Bento XI transformou a Congregação numa ordem religiosa da qual Juliana se tornou Superiora. Apesar do cargo, procurava os serviços mais humildes. No convento, Juliana pôde dedicar-se à ascese espiritual baseada numa vida de intensa oração e de constante penitência. Além disso, dedicava-se aos pobres e aos doentes, que curava ao contacto com suas mãos. Acometida por uma doença no estômago, no final de sua vida já não conseguia alimentar-se, nem mesmo receber a Eucaristia. Na hora da morte estendeu-se por terra com os braços em cruz e pediu que lhe colocassem a Santa Hóstia sobre o peito. Assim que foi depositada, a hóstia desapareceu misteriosamente e Juliana morreu dizendo: "Meu doce Jesus". Ao ser preparada para a sepultura, encontrou-se sobre o seu coração a marca da hóstia como um selo, com a imagem de Jesus crucificado. Em memória desse acontecimento, as religiosas da sua ordem trazem a imagem de uma hóstia no escapulário.

Livro de Eclesiástico 48,1-14

Leitura do Livro do Eclesiástico:
1O profeta Elias surgiu como um fogo, e sua palavra queimava como uma tocha. 2Fez vir a fome sobre eles e, no seu zelo, reduziu-os a pouca gente. 3Pela palavra do Senhor fechou o céu e de lá fez cair fogo por três vezes. 4Ó Elias, como te tornaste glorioso por teus prodígios! Quem poderia gloriar-se de ser semelhante a ti? 5Tu, que levantaste um homem da morte e dos abismos, pela palavra do Senhor; 6tu, que precipitaste reis na ruína e fizeste cair do leito homens ilustres; 7tu, que ouviste censuras no Sinai e decretos de vingança no Horeb. 8Tu ungiste reis, para tirar vingança, e profetas, para te sucederem; 9tu foste arrebatado num turbilhão de fogo, um carro de cavalos também de fogo, 10tu, nas ameaças para os tempos futuros, foste designado para acalmar a ira do Senhor antes do furor, para reconduzir o coração do pai ao filho, e restabelecer as tribos de Jacó. 11Felizes os que te viram, e os que adormeceram na tua amizade! 12Nós também, com certeza, viveremos; mas, após a morte, não será tal o nosso nome. 13Apenas Elias foi envolvido no turbilhão, Eliseu ficou repleto do seu espírito. Durante a vida não temeu príncipe algum, e ninguém o superou em poder. 14Nada havia acima de suas forças, e, até já morto, seu corpo profetizou. 15Durante a vida realizou prodígios e, mesmo na morte, suas obras foram maravilhosas.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 97(96),1-2.3-4.5-6.7

- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
- Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apóia na justiça e no direito.
- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
- Vai um fogo caminhando à sua frente e devora ao redor seus inimigos. Seus relâmpagos clareiam toda a terra; toda a terra ao contemplá-los estremece.
- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
- As montanhas se derretem como cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória.
- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!
- "Os que adoram as estátuas se envergonhem e os que põem a sua glória nos seus ídolos; aos pés de Deus vêm se prostrar todos os deuses!"
- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 6,7-15

Aclamação (Rm 8,15b)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Recebestes um espírito de adoção, no qual clamamos Aba! Pai!
Evangelho (Mt 6,7-15)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
7"Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus.11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes".
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Pai-Nosso

No evangelho de hoje, Jesus ensina-nos como rezar e a oração mais perfeita e mais bela. Em primeiro lugar, faz uma breve catequese, dizendo-nos para não imitar os pagãos, isto é, a importunar a Deus com longas rezas cheias de um palavreado oco. A oração deve brotar do íntimo do nosso coração diretamente ao Pai celeste, que, de antemão, conhece bem nossas necessidades, antes mesmo de lhas formularmos. A seguir propõe o grande modelo de oração, o Pai-nosso, com suas sete petições segundo S. Mateus (cinco segundo S. Lucas 11, 1 ss). As três primeiras referem-se diretamente à gloria de Deus, a quem começamos por chamar Pai nosso: santificação do seu nome, isto é, de sua Pessoa; vinda do seu Reino ao mundo dos homens e cumprimento da sua vontade na terra como no céu.
A segunda parte do Pai-nosso contém quatro outras petições cujo proveito é nosso: o pão de cada dia, isto é, o sustento material, o pão da palavra e o pão eucarístico; o perdão de nossas ofensas a Deus, condicionado ao perdão que concedermos aos irmãos; a perseverança no estado de graça perante as tentações do demônio, em cada dia e, sobretudo, na grande prova final dos crentes perante o assalto do maligno, para não renegar a fé católica; finalmente, vermo-nos livre de todo o mal para podermos servir fielmente a Deus e ao próximo em todos e cada um dos dias de nossa vida.
No final do evangelho, ainda volta à quinta petição, ressaltando a importância do perdão e, portanto, da reconciliação fraterna. Porque Deus nos perdoa gratuita e pessoalmente todos os nossos pecados, devemos obrigatoriamente imitá-lo nessa generosidade divina, perdoando ao irmão que nos ofendeu. Com o perdão acontece a mesma coisa que com o amor: assim como temos de amar os outros com o amor com que Deus Pai nos ama em Cristo, assim temos de perdoar com amor com que Deus nos perdoa. Pois ele dá-nos com a sua graça e o seu Espírito o ser e o agir, o poder o querer fazer o bem.

* * *

É verdadeiramente luminoso o modo como o nosso querido Papa, Bento XVI, em seu livro "Jesus e Nazaré" nos leva a interpretar a mais bela oração. Escutemos um instante suas palavras paternais:
"Antes de entrarmos na interpretação de cada uma das partes, vejamos agora brevemente a estrutura do Pai Nosso, tal como Mateus no-la transmitiu. Consiste numa invocação inicial e sete petições. Três destas são formuladas na segunda pessoa, quatro na primeira pessoa do plural. As três primeiras petições dizem respeito à própria causa de Deus neste mundo; as quatro seguintes referem-se às nossas esperanças, necessidades e dificuldades. Poder-se-ia comparar a relação entre os dois tipos de petições do Pai Nosso com a relação que existe entre as duas tábuas do Decálogo, que, no fundo, são explicações das duas partes do Decálogo, que, no fundo, são explicações das duas partes do principal mandamento - o amor a Deus e o amor ao próximo -, instruções para o caminho do amor.
Assim, no Pai Nosso, afirma-se antes de mais nada o primado de Deus, do qual deriva naturalmente a preocupação pela justa forma de ser do homem. Também aqui se trata em primeiro lugar no caminho de conversão. Para que o homem possa rezar corretamente, deve estar na verdade. E a verdade é: "primeiro Deus, o reino de Deus" (Mt 6, 33). Sobretudo, devemos sair de nós mesmos e abrir-nos a Deus. Nada pode ficar direito, se não estamos situados na reta ordem com Deus. Por isso, o Pai Nosso começa por Deus e, a partir dEle, conduz-nos pelos caminhos do nosso ser homens. No fim, inclinamo-nos até à última ameaça que grava sobre o homem, por trás da qual se esconde o Maligno; pode aflorar em nós a imagem do dragão apocalíptico que faz guerra aos homens que "guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus" (Ap. 12, 17).
Mas continua sempre presente o princípio: "Pai Nosso". Sabemos que Ele está conosco, conserva-nos na sua mão e nos salva. O Padre Hans-Peter Kolvenbach, no seu livro de Exercícios Espirituais, conta a história de um staretz ortodoxo que insistia "em fazer entoar o Pai Nosso sempre a partir da última palavra, para se tornarem dignos de terminar a oração com as palavras iniciais: "nosso Pai". Deste modo - explicava o staretez - segue-se o caminho pascal: "Começa-se no deserto com a tentação, regressa-se ao Egito, depois percorre-se a estrada do Êxodo com as estações do perdão e do maná de Deus e chega-se pela vontade de Deus à terra prometida, o reino de Deus, onde ele nos comunica o mistério do seu Nome: "nosso Pai".
Ambos os caminhos - o ascendente e o descendente - podem recordar-nos que o Pai Nosso é sempre uma oração de Jesus e que esta se nos manifesta a partir da comunhão com Ele. Rezamos ao Pai celeste, que conhecemos através do Filho; e assim, no horizonte das petições, está sempre Jesus como veremos nas respectivas explicações. Finalmente, dado que o Pai Nosso é uma oração de Jesus, é uma oração trinitária: com Cristo pelo Espírito Santo rezamos ao Pai".
Nunca deveria desaparecer dos nossos lábios a oração do Pai-nosso, sobretudo nos momentos auge da vida familiar, comunitária e pessoal, como faz a liturgia da Igreja. É a oração mais excelente que imaginar se possa, ao mesmo tempo que a mais fácil e simples, a mais profunda e ecumênica, a mais viva e atual. Pois tem por autor o próprio Cristo. Foi a única "fórmula" de oração que Jesus nos ensinou. Mas é muito mais que uma fórmula para recitar, é todo um modo de vida para os filhos de Deus, é um convite à entrega total à vontade do Pai, a fim de que o seu reinado se manifeste plenamente em nós.
Fonte: Arautos do Evangelho

quarta-feira, 18 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 18/06

Santo do dia

XI SEMANA DO TEMPO COMUM

Ofício do dia de semana e Missa à escolha.
S. Gregório Barbarigo, bispo, +1697
Beata Osana, religiosa, +1505

Gregório Barbarigo nasceu em Veneza em 1625, numa família patrícia. Em 1648 participou nas negociações que levaram ao Tratado de Vestefália e, em Münster, conheceu o futuro papa Alexandre VII. Foi este que o nomeou bispo de Bérgamo, cardeal e, mais tadre, bispo de Pádua. Na altura em que chegou a Pádua, esta diocese contava com 24 escolas de doutrina cristã; quando ele morreu, o número chegava a 356. Fundou uma Companhia da Doutrina Cristã para o ensino da religião, uma congregação mariana, uma Congregação dos Pais de Família para a educação da juventude, escolas para o povo, escolas de governo de casas. Cuidou da assistência sanitária do povo. Fundou casas de acolhimento para raparigas pobres. Morreu no dia 18 de Junho de 1697. Foi canonizado por João XXIII.

Beata Osana, nasceu em Mântua, na Lombardia, no ano de 1449 e morreu em 1505. Toda a sua existência decorreu em palácios, cumulada de graças e oprimida com sofrimentos, umas e outros invisíveis aos olhos dos homens. Foi o confessor que revelou depois da sua morte que ela ficava, por vezes, sete horas imóvel em oração e tinha misteriosas feridas interiores que renovavam nela as dores da Paixão. Desde a infância teve a obsessão das realidades do alto. Aos seis anos, imaginando que os teólogos sabiam muito mais sobre Deus do que sabia o comum dos mortais, veio pedir ao pai que lhe comprasse livros de teologia e lhe desse licença de aprender a ler para conseguir estudá-los; mas foi recambiada para os seus jogos. No ano seguinte, caiu tão doente que se julgou que ia partir. Foi então autorizada, o que lhe tinha sido recusado até então, a entrar na Ordem terceira dominicana. Mas só fez profissão em 1501, de maneira que o noviciado durou perto de 50 anos. Osana passou os últimos 37 anos da vida na corte de Mântua. Em 1478, os soberanos de então, o duque Francisco II e a mulher Isabel de Este, fizeram dela superintendente da sua Casa. Depressa compreenderam que era um anjo quem tinham debaixo do tecto. Quando ela estava a morrer, ajoelhados junto do leito, pediram-lhe a bênção; respondeu que pertencia ao sacerdote presente abençoá-los; foi preciso que este tomasse a mão dela para Ihes traçar na testa o sinal da cruz. Francisco II isentou de contribuições, por vinte anos, todos os membros da família dela. E a duquesa Isabel ergueu-lhe um belo mausoléu, que ainda agora se vê na catedral de Mântua.

Livro de 2º Reis 2,1.6-14

Leitura do Segundo Livro dos Reis.: 1Quando o Senhor quis arrebatar Elias ao céu, num redemoinho, Elias e Eliseu partiram de Guilgal. 6Tendo chegado a Jericó, Elias disse a Eliseu: "Permanece aqui, porque o Senhor me mandou até o Jordão". E ele respondeu: "Pela vida do Senhor e pela tua, eu não te deixarei". E partiram os dois juntos. 7Então, cinqüenta dos filhos dos profetas os seguiram, e ficaram parados, à frente, a certa distância, enquanto eles dois chegaram à beira do Jordão. 8Elias tomou então o seu manto, enrolou-o e bateu com ele nas águas, que se dividiram para os dois lados, de modo que ambos passaram a pé enxuto. 9Depois que passaram, Elias disse a Eliseu: "Pede o que queres que eu te faça antes de ser arrebatado da tua presença". Eliseu disse: "Que me seja dada uma dupla porção do teu espírito".10Elias respondeu: "Tu pedes uma coisa muito difícil. Se me vires quando me arrebatarem da tua presença, isso te será concedido; caso contrário, isso não te será dado". 11E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu num redemoinho. 12Eliseu o via e gritava: "Meu pai, meu pai, carro de Israel e seu condutor!" Depois, não o viu mais. E, tomando as vestes dele, rasgou-as em duas. 13Em seguida, apanhou o manto que Elias tinha deixado cair e, voltando sobre seus passos, estacou à margem do Jordão. 14Tomou então o manto de Elias e bateu com ele nas águas dizendo: "Onde está agora o Deus de Elias?" E bateu nas águas, que se dividiram, para os dois lados, e Eliseu atravessou o rio. - Palavra do Senhor. - Graças a Deus.

Livro de Salmos 31,20.21.24

- Fortalecei os corações, vós que ao Senhor vos confiais! - Fortalecei os corações, vós que ao Senhor vos confiais! - Como é grande, ó Senhor, vossa bondade, reservastes para aqueles que vos temem! Para aqueles que em vós se refugiam, mostrando, assim, o vosso amor perante os homens.
- Fortalecei os corações, vós que ao Senhor vos confiais! - Na proteção de vossa face os defendeis bem longe das intrigas dos mortais. No interior de vossa tenda os escondeis, protegendo-os contra as línguas maldizentes.
- Fortalecei os corações, vós que ao Senhor vos confiais! - Amai o Senhor Deus, seus santos todos, ele guarda com carinho seus fiéis, mas pune os orgulhosos com rigor.
- Fortalecei os corações, vós que ao Senhor vos confiais!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 6,1-6.16-18

Aclamação (Jo 14,23) - Aleluia, Aleluia, Aleluia. - Aleluia, Aleluia, Aleluia. - Quem me ama, realmente, guardará minha palavra/ e meu Pai o amará e a ele nós viremos.

Evangelho (Mt 6,1-6.16-18) - O Senhor esteja convosco. - Ele está no meio de nós. - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus. - Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

1"Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. 2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará recompensa. 5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade, vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade, vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa".
- Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Comentários

Teu pai de recompensará

No evangelho de hoje, Jesus estabelece um princípio com três aplicações concretas. O princípio é: "Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles". Ou seja, atuar para agradar a Deus sem procurar o aplauso dos homens. As aplicações concretas referem-se a três das mais importantes obras que os judeus de seu tempo praticavam e nas quais faziam constar toda a religião: a esmola, a oração e o jejum.
Jesus contrapõe o alcance da nova justiça religiosa diante de Deus, o enriquecimento do conceito de santidade versus o nível mínimo da letra da lei em que se firmavam os escribas e fariseus, para entrar no campo sem fronteiras do Reino de Deus.
Em cada caso concreto, Jesus contrasta a conduta publicitária, presumida e vistosa, dos hipócritas com a atitude discreta e verdadeiramente humilde do adorador do Pai, que o recompensará porque o "vê no segredo". Diante de Deus não há heróis anônimos!
Perante Deus, há duas atitudes interiores opostas: a falsidade ou a sinceridade.
O que dá valor às nossas práticas cristãs é a retidão, a sinceridade diante de Deus e a abertura ao próximo. A atenção caritativa, por exemplo, assim como a ajuda econômica aos necessitados, esmolas, a oração e a prática sacramental, se são feitas para serem observadas e aprovadas pelos outros, ficam-se por ações vazias. É o amor desinteressado que lhes dá o autêntico valor. O cristão não deve ser nunca um ator que trabalha para o público, isso fica para os hipócritas.
Na vida do cristão, Jesus propõe uma religiosidade de grande qualidade, que dê primazia à intenção sobre a própria obra externa. A excelência é da fé que atua pela caridade, condição indispensável para se ser testemunha do evangelho do Filho de Deus.
Um coração convertido à semelhança do Coração de Jesus é a fonte de onde brota o significado e o valor da conduta. Só assim, esta será uma expressão válida da autêntica religião que presta culto a Deus em espírito e em verdade.
A semente do Reino de Deus atua silenciosamente e, com freqüência , a partir de começos insignificantes, mas a sua eficácia evidencia-se na sua expansão, capaz de transformar o coração dos homens. Aquele que procura Deus com honradez não precisa aparência reluzentes, mas da atenção interior. S. João da Cruz fazia este resumo da perfeição cristã:
Esquecimento do criado
Memória do Criador
atento ao interior,
estar amando o Amado

Ninguém procurou com mais compaixão o cumprimento da vontade de Deus que o próprio Jesus, a ponto de aceitar de bom grado a morte na cruz para a redenção do homem. Quando Cristo nos ensinou a rezar a Deus no Pai Nosso: "Faça-se a tua vontade", convidou-nos a seguir o seu exemplo. Porque "todo aquele que cumpre a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão e minha irmã" (Mt. 12,50).
Adoradores em espírito e em verdade, isto é, cumpridores incondicionais da sua vontade, servidores alegres do seu plano de salvação, é o que Deus quer. Pois ele não se conforma com as palavras e aparências, antes olha para o interior, para o coração do homem e da mulher.
Que o seu olhar paternal nos livre da hipocrisia!

Fonte: Arautos do Evangelho

terça-feira, 17 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 17/06

Santo do dia

XI SEMANA DO TEMPO COMUM

Ofício do dia de semana e Missa à escolha.
S. Rainério de Pisa, peregrino, +1160

Padroeiro de Pisa, Itália, S. Rainério ou Raniero nasceu em Pisa e viveu no século XII. Levava vida fútil, cheia de vaidades e entregue aos prazeres. Era músico, tocador de lira. Um dia encontrou-se com o monge Alberto Leccapecore, homem de Deus. Esse encontro levou-o a repensar sua vida e mudá-la radicalmente. Recolheu-se então a uma vida solitária e penitente. Sem comer, e em contínuos prantos, acabou por ficar cego, mas obteve de Deus a graça da própria cura. Por inspiração divina partiu para a Terra Santa como mercador. Alimentava-se apenas duas vezes por semana e entregava-se a rudes trabalhos. Teve então uma visão em que as jóias de sua bolsa se transformavam em enxofre e ardiam em chamas. Uma voz explicou-lhe o sentido da visão dizendo que a bolsa era seu corpo; o fogo e o enxofre a sua vida fútil. Como peregrino, visitou os Lugares Santos e passou no deserto 40 dias, jejuando como o fez um dia Jesus. De regresso a Pisa, ingressou no mosteiro de S. Guido, levando vida simples. Morreu em 1160.

Livro de 1º Reis 21,17-29

Leitura do Primeiro Livro dos Reis:
Após a morte de Nabot, 17a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: 18"Levanta-te e desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que reina em Samaria. Ele está na vinha de Nabot, aonde desceu para dela tomar posse. 19Isto lhe dirás: Assim fala o Senhor: Tu mataste e ainda por cima roubas! E acrescentarás: Assim fala o Senhor: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu". 20Acab disse a Elias: "Afinal encontraste-me, ó meu inimigo?" Elias respondeu: "Sim, eu te encontrei. Porque te vendeste para fazer o que desagrada ao Senhor, 21farei cair sobre ti a desgraça: varrerei a tua descendência, exterminando todos os homens da casa de Acab, escravos ou livres em Israel. 22Farei com a tua família como fiz com as famílias de Jeroboão, filho de Nabat, e de Baasa, filho de Aías, porque provocaste a minha ira e fizeste Israel pecar.23Também a respeito de Jezabel o Senhor pronunciou uma sentença: Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezrael. 24Os da família de Acab, que morrerem na cidade, serão devorados pelos cães, e os que morrerem no campo, serão comidos pelas aves do céu". 25Não houve ninguém que se tenha vendido como Acab, para fazer o que desagrada ao Senhor, porque a isto o incitava sua mulher Jezabel. 26Portou-se de modo abominável, seguindo os ídolos dos amorreus que o Senhor tinha expulsado diante dos filhos de Israel. 27Quando Acab ouviu estas palavras, rasgou as vestes, pôs um cilício sobre a pele e jejuou. Dormia envolto num pano de penitência e andava abatido. 28Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: 29"Viste como Acab se humilhou diante de mim? Já que ele assim procedeu, não o castigarei durante a sua vida, mas nos dias de seu filho enviarei a desgraça sobre a sua família".

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 51(50),3-4.5-6.11.16

- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Eu reconheço toda a minha iniqüidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
- Desviai o vosso olhar dos meus pecados e apagai todas as minhas transgressões! Da morte como pena, libertai-me, e minha língua exaltará vossa justiça!
- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 5,43-48

Aclamação (Jo 13,34)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Eu vos dou novo preceito:/ que uns aos outros vos ameis,/ como eu vos tenho amado.

Evangelho (Mt 5,43-48)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
43"Vós ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo! 44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos.46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentários

Amai os vossos inimigos

"Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem". Esta última antítese provinda dos adoráveis lábios do Salvador é a continuação do Sermão da Montanha.
"Amarás o teu próximo" é norma que se encontra no livro do Levítico: "Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo" (19,18). O próximo, aqui, significava para o fiel do Antigo Testamento, o parente e o compatriota. A segunda afirmação "e odiarás o teu inimigo" não se encontra literalmente em nenhuma passagem da Bíblia, mas deduziam-na os judeus como conclusão da primeira. Todo aquele que não pertencia ao povo eleito desconhecia o Deus verdadeiro e era um estranho, um "inimigo", a quem não havia razão para amar. Esse era o sentido de "odiarás o teu inimigo".
Jesus rompe aqui com a tradição dos rabinos e manda: "Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam e rezai pelos que vos perseguem e caluniam". Aqui, Cristo amplia o conceito de próximo para incluir toda a pessoa sem distinção, igualando-o no amor com a pessoa de Deus, ou seja, o primeiro e segundo mandamento em união e igualdade. Depois, estende o perdão até setenta vezes sete, isto é, ilimitadamente. Terceiro, preceitua, agora, o amor até o inimigo. Enfim, numa palavra, Jesus declara inviável e antiquada a nossa divisão usual das pessoas em amigos e inimigos. Para quem ama, como Cristo, já não há senão irmãos, todos filhos do mesmo Pai, Deus.
S. Lucas (6, 27 ss) detalha: 27 "Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, 28abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam. 29A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica. 30 Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames. 31O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também".
Jesus manda-nos bendizer aqueles que nos amaldiçoam, orar pelos que nos injuriam, praticar o bem sem esperar nada em troca, ser compassivos como Deus é compassivo, perdoar a todos, ser generosos sem cálculos ou tramas. "Portanto, sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito". Nada mais, nada menos. Assim resume Cristo a nova justiça do Reino de Deus: a santidade é baseada na absoluta fidelidade a Deus.
Esta é a conclusão das seis antíteses, do Sermão da Montanha, é o programa de vida de um cristão. Deus é amor, sejamos também amor. Nós, homem ou mulher, fomos feitos à Sua imagem e semelhança: "Assim sereis filhos do vosso Pai que está nos céus, que faz nascer o sol sobre maus e bons e manda a chuva a justos e injustos".
A radicalidade desta mensagem supõe uma reflexão a uma reflexão sobre o amor, o perdão, a magnanimidade e a oração.
A virtude da magnanimidade, muito relacionada com a da fortaleza, consiste na disposição de acometer coisas grandes em nome da generosidade e do desprendimento. Quem se dispõe a viver assim traça o caminho da santidade.
O magnânimo propõe-se a ideais altos e não recua ante os obstáculos, às críticas ou aos desprezos. Não se deixa intimidar pelas murmurações ou pelo respeito humano; segue porque sua natureza o faz persistente em direção à perfeição. O magnânimo sente uma força que o faz sair de si mesmo em beneficio do próximo. Em sua pessoa não paira a mesquinhez e, para ele, não basta dar e oferecer. Ele se dá e se oferece. É uma entrega pessoal às causas nobres. Jesus Cristo entregou-se a si mesmo, sofreu a morte de Cruz, por amor aos homens. Ele se oferece e é oferecido pelo Pai por amor.
A grandeza de alma demonstra-se também pela disposição em perdoar o que quer que seja. Não é próprio do cristão guardar rancores em seu coração, agravos, recordações que nos fazem sofrer; o que nos deveria ser próprio é a disposição permanente ao perdão.
O Senhor nos deu o exemplo. Perdoou na Cruz àqueles que lhe faziam padecer tanto. Em plena agonia no madeiro, no sofrimento beirando ao insuportável, Ele pede ao Pai por aqueles que o aniquilam: - "Pai Perdoa-lhes; eles não sabem,o que fazem". (Lc 23,34)
Os pedidos que o Senhor nos faz através do Evangelho são possíveis de serem observados na medida de nossa magnanimidade. O Senhor não nos sobrecarregaria com fardos pesados se não nos tivesse provido antes das condições para carregá-los. Para isso, no entanto, é necessário cultivarmos um íntimo relacionamento com Jesus pela oração freqüente. Desta maneira amaremos também aqueles que não nos amam, faremos o bem aqueles que nos fazem o mal, emprestaremos (quiçá, daremos) sem esperar a devolução.
De fato a oração nos transporta para uma realidade divina; a oração nos possibilita levar para o âmago de nosso coração não apenas aqueles que nos rodeiam distribuindo afeto e empatia, mas também aqueles que se aproximam de nós com aspereza, rudeza, inimizade, discórdia e apatia. Isto é possível quando estamos dispostos a fazer de nossos inimigos, parte de nós mesmos: nossos irmãos.
- "Então, sim, ao amares teu inimigo, estás a amar um irmão. É esse o motivo por que o amor ao inimigo é a perfeição da caridade, já que a caridade perfeita consiste no amor aos irmãos. Ama e fazes o que quiseres; se te calas, cala-te por amor; se falas em tom alto, fala por amor; se corrigires alguém, faze-o por amor. Pois é preciso amar o homem e não o seu erro. O homem é obra de Deus, o erro é obra do homem. Ama a obra de Deus e purifica as obras do homem. Se existe o inimigo é porque existe o erro. Retira o erro e em vez de enxergares um inimigo, contemplarás um irmão." Santo Agostinho, Bispo de Hipona.
Rezar por nossos inimigos revela a disposição para a reconciliação. Quando elevamos nossos inimigos ao coração de Deus pela oração, será impossível continuar a nutrir maus sentimentos por eles. Pois Deus tudo transforma. A oração transforma o inimigo em "alguém próximo ao coração de Deus". Tal proximidade nos fará pessoas propensas a um novo relacionamento. Provavelmente não existe nenhuma oração tão poderosa como a oração pelos inimigos. Mas também é a mais difícil pois é exigente. Alguns santos consideram a oração feita pelos inimigos o principal critério de santidade.
Amar os nossos inimigos nos faz próximos da Cruz e da comunhão com o Crucificado. Esta intimidade com o Senhor que sofreu, mas se fez vencedor, abre os olhos de nosso coração para que reconheçamos que em nosso "inimigo" está, na verdade, um irmão que também é amado por Deus.
Nem sempre aqueles que julgamos ser nossos inimigos são inimigos de Deus. Constatamos isto quando o Senhor nos chama a atenção dizendo que Deus faz chover e brilhar o sol sobre os justos e sobre os injustos. Não o sol e a chuva apenas terrenos, mas também o "Sol da justiça", que é o próprio Jesus Cristo.
O amor e o perdão se fazem par quando desejamos viver o Evangelho de forma autêntica, buscando incansavelmente caminhar na santidade dos filhos de Deus: "Sede santos como vosso Pai é Santo".

Fonte: Arautos do Evangelho

segunda-feira, 16 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 16/06

Santo do dia

XI SEMANA DO TEMPO COMUM
Ofício do dia de semana e Missa à escolha.
S. Ciro, mártir, séc. IV


Ciro vivia em Icônio com sua mãe Julita (celebrada no mesmo dia). Tinha ele três anos, quando o governador de Licaônia, Domiciano, iniciou a aplicação dos editos perseguidores de Diocleciano. Julita procurou primeiro refúgio em Selência e depois em Tarso.Em Tarso, Julita foi detida por ordem do governador da Cilícia, Alexandre. Declarou-se cristã e logo ali começou o martírio. Possuímos várias narrativas do martírio de Santa Julita e de São Ciro, alguns muito diferentes entre si. O martirológio jeronimiano anunciava: "Em Antioquia, os santos Ciro e Julita, sua mãe, e com eles quatrocentos e quatro mártires", enquanto as Actas de martírio colocam a morte deles em Tarso.

Livro de 1º Reis 21,1-16

Leitura do Primeiro Livro dos Reis:
Naquele tempo, 1Nabot de Jezrael possuía uma vinha em Jezrael, ao lado do palácio de Acab, rei de Samaria. 2Acab falou a Nabot: "Cede-me a tua vinha, para que eu a transforme numa horta, pois está perto da minha casa. Em troca eu te darei uma vinha melhor, ou, se preferires, pagarei em dinheiro o seu valor". 3Mas Nabot respondeu a Acab: "O Senhor me livre de te ceder a herança de meus pais". 4Acab voltou para casa aborrecido e irritado por causa desta resposta que lhe deu Nabot de Jezrael: "Não te cederei a herança de meus pais". Deitou-se na cama, com o rosto voltado para a parede, e não quis comer nada. 5Sua mulher Jezabel aproximou-se dele e disse-lhe: "Por que estás triste e não queres comer?" 6Ele respondeu: "Porque eu conversei com Nabot de Jezrael e lhe fiz a proposta de me ceder a sua vinha pelo seu preço em dinheiro, ou, se preferisse, eu lhe daria em troca outra vinha. Mas ele respondeu que não me cede a vinha". 7Então sua mulher Jezabel disse-lhe: "Bela figura de rei de Israel estás fazendo! Levanta-te, toma alimento e fica de bom humor, pois eu te darei a vinha de Nabot de Jezrael". 8Ela escreveu então cartas em nome de Acab, selou-as com o selo real, e enviou-as aos anciãos e nobres da cidade de Nabot. 9Nas cartas estava escrito o seguinte: "Proclamai um jejum e fazei Nabot sentar-se entre os primeiros do povo, 10e subornai dois homens perversos contra ele, que dêem este testemunho: Tu amaldiçoaste a Deus e ao rei! Levai-o depois para fora e apedrejai-o até que morra". 11Os homens da cidade, anciãos e nobres concidadãos de Nabot, fizeram conforme a ordem recebida de Jezabel, como estava escrito nas cartas que lhes tinha enviado. 12Proclamaram um jejum e fizeram Nabot sentar-se entre os primeiros do povo. 13Chegaram os dois homens perversos, sentaram-se diante dele e testemunharam contra Nabot diante de toda a assembléia, dizendo: "Nabot amaldiçoou a Deus e ao rei". Em virtude disto, levaram-no para fora da cidade e mataram-no a pedradas.14Depois mandaram a notícia a Jezabel: "Nabot foi apedrejado e morto". 15Ao saber que Nabot tinha sido apedrejado e estava morto, Jezabel disse a Acab: "Levanta-te e toma posse da vinha que Nabot de Jezrael não te quis ceder por seu preço em dinheiro; pois Nabot já não vive; está morto". 16Quando Acab soube que Nabot estava morto, levantou-se para descer até a vinha de Nabot de Jezrael e dela tomar posse.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 5,2-3.5-6.7

- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Escutai, ó Senhor Deus, minhas palavras, atendei o meu gemido! Ficai atento ao clamor da minha prece, ó meu Rei e meu Senhor!
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Não sois um Deus a quem agrade a iniqüidade, não pode o mal morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!
- Detestais o que pratica a iniqüidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador.
- Atendei o meu gemido, ó Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 5,38-42

Aclamação (Sl 118)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia.
- Vossa palavra é uma luz para os meus passos, /e uma lâmpada luzente em meu caminho.


Evangelho (Mt 5,38-42)
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
38"Ouvistes o que foi dito: Olho por olho e dente por dente! 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado". - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.

Comentários

Amai-vos uns aos outros como eu vos amei

Perdão em vez de vingança.
O evangelho de hoje contém a quinta das antíteses do Sermão da Montanha. Refere-se à lei de talião. "Sabeis o que foi ordenado: olho por olho, dente por dente. Pois, eu digo-vos: Não façais frente àquele que vos maltrata". A chamada "lei de talião", que já se encontrava nas leis assírias (Código de Hammurábi, rei da Babilônia, cerca de 1750 a.C.) é formulada também em alguns livros do Pentateuco ou lei de Moisés. Em síntese: vida por vida, olho por olho, dente por dente. Isto é, podes vingar-te na mesma medida em que fostes ofendido, cobrando ou pagando com a mesma moeda.
Há que reconhecer que esta lei está bem enraizada no coração humano. Pois bem, Jesus exclui toda a vingança, não só efetiva, mas até mesmo de desejo. O Divino Mestre quer que cheguemos à renúncia da justiça vindicativa, inclusive como autodefesa: "Não façais frente àquele que vos maltrata, pelo contrário..." A seguir dá quatro exemplos ou situações diversas: bofetada, pleito, intimação e empréstimo. Amostras intencionalmente paradoxais, que não são para ser tomadas à letra no seu contexto circunstancial, mas sim no seu espírito de perdão, reconciliação e fraternidade.
Jesus insiste na mensagem da bem-aventurança da perseguição e propõe-nos o grande mandamento do amor cristão, isto é, do amor perfeito ao irmão: amar gratuitamente, sem pedir nem esperar nada em troca.

* * *

Um evangelho difícil.
Evangelho sublime, mas difícil e incômodo, quase impossível, diríamos nós. Sentimo-nos incomodados lendo ou ouvindo esta página evangélica. É tão sublime que se torna insuportável para a nossa mesquinhez. Ao vermo-nos tão longe desse ideal, sentimo-nos tentados a passar a folha e classificar Jesus como sonhador e irreal, desconhecedor do coração humano. Ignorava Ele que temos cá dentro uma inata lei de talião que nos torna propensos à vingança e ao ódio? Precisamente porque o sabia, propõe-nos uma via de libertação e felicidade, não mediante uma estúpida passividade, mas pela força ativa do perdão e do amor, graças obtidas pela oração constante.
A norma de Jesus tem aplicação todos os dias e a todas as horas, porque estamos sempre acossados pela injustiça e a represália. Os conflitos e as reclamações por aquilo que cada um considera os seus direitos é crônica diária a todos os níveis: cívico, administrativo, laboral e familiar, até mesmo entre amigos, sócios, companheiros e irmãos de sangue ou religiosos.
Reparemos, entretanto, que Jesus não patrocina ou propõe como simples norma uma tonta resignação ou uma estúpida cobardia perante a violência, o fanatismo, a exploração e a injustiça. Não se negam ao discípulo de Cristo os direitos humanos, mas o nível do amor deve ter primazia sobre o nível jurídico.
Jesus tampouco propõe ao cristão a resignação fatalista, mas não a violência ativa do amor, porque Ele não aprova qualquer passividade e silêncio perante a sem-razão e a injustiça. Uma atitude cobarde pouparia muitos mártires, é certo. Mas, também, refrearia o processo de humanização e fraternidade. Hoje, como ontem fazem falta testemunhos trasbordantes de amor ao inimigo. Suportar a injustiça não significa aprová-la nem deixá-la sem denúncia profética.
Perdoar e amar gratuitamente por ser vontade de Deus, ser-nos-á impossível se não vivermos habitualmente no amor, como clima ambiental da nossa vida e conduta cristãs. O que parece impossível ao homem terreno é possível para Deus, que pelo mistério pascal de Cristo e o amor do seu Espírito nos pode transformar em homem e mulheres novos e espirituais se nós colaborarmos com a graça que recebemos nos sacramentos, sobretudo na Santa Eucaristia e na Confissão.
Retribuir bem por mal, amar os outros apesar da sua malquerença, amar a fundo perdido é o amor maior e autêntico, o que Cristo praticou e nos ensinou, o amor que torna credível o Evangelho e é o sinal mais sublime do cristão.


Fonte: Arautos do Evangelho

domingo, 15 de junho de 2008

LITURGIA DO DIA - 15/06

Santo do dia

XI DOMINGO DO TEMPO COMUM
(3ª semana do Saltério)(Ofício dominical comum).
Hoje a Igreja celebra:
Santa Maria Micaela do Santíssimo Sacramento,
virgem, fundadora, +1865


Santa Maria Micaela do Santíssimo Sacramento, nasceu em Madrid no dia 1 de Janeiro de 1809. Nobre e generosa como o seu pai, piedosa e caritativa como a sua mãe, óptimos alicerces para o controvertido trabalho em favor das mulheres que viviam da prostituição. Para elas abre a sua primeira casa no dia 21 de Abril de 1845.Como qualquer pessoa, conquista a pulso a santidade. O Espírito Santo faz a sua parte nuns exercícios espirituais decisivos, em Abril de 1847, assim como na festa do Pentecostes do mesmo ano, brindando-a com uma graça extraordinária. Ela vai titubeando, entre obras de caridade e a vida mundana que a sua classe social exige; as cortes de Paris e Bruxelas abrem-lhe as suas portas, juntamente com o seu irmão Diego, embaixador de Espanha nos anos 47 e 48 respectivamente. Precisamente os mesmos anos em que ela procura com verdadeira paixão o seu lugar, o seu caminho, a orientação total da sua vida. Conseguiria ela, no meio de tanto bulício, ouvir a única voz que pacifica e dilacera? Saberia ela escolher, entre os muitos candidatos amantes, o único AMOR da sua vida? "Vi-O tão grande, tão bom, tão AMANTE e misericordioso, que decidi não servir mais que a Ele, que tudo reúne para preencher o meu coração".
E semeia casas de acolhimento, no meio de dificuldades económicas, incompreensões e perseguições.
E gera filhas acolhedoras que, juntamente com ela, guiadas pelo Espírito Santo e alimentadas na Eucaristia, dão origem à Congregação de Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade.
É o dia 1 de Março de 1856.Micaela, que agora já se chama Madre Sacramento, falece no dia 24 de Agosto de 1865. Morre como os santos: "dando a vida" pelas suas " jovens ", num gesto de heróica caridade; "por uma só que se salve, eu daria a minha vida".
Ainda não tinham passado 70 anos após a sua morte e a Igreja proclama-a SANTA.
Foi Pio XI quem no dia 4 de Março de 1934, elevando-a aos altares, disse à comunidade dos crentes que o caminho de Micaela foi sem dúvida um caminho de santidade.

Livro de Êxodo 19,2-6

Leitura do Livro do Êxodo:

Naqueles dias, os israelitas, 2partindo de Rafidim, chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam. Israel armou aí suas tendas, defronte da montanha.3Moisés, então, subiu ao encontro de Deus. O Senhor chamou-o do alto da montanha, e disse: "Assim deverás falar à casa de Jacó e anunciar aos filhos de Israel: 4Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a mim. 5Portanto, se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre todos os povos, porque minha é toda a terra. 6aE vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa".


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Livro de Salmos 100(99),1-2.3.5

- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.
- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.
- Aclamai o Senhor, ó terra inteira,/ servi ao Senhor com alegria,/ ide a ele cantando jubilosos!
- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.
- Sabei que o Senhor, só ele, é Deus,/ Ele mesmo nos fez, e somos seus,/ nós somos seu povo e seu rebanho.
- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.
- Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,/ sua bondade perdura para sempre,/ seu amor é fiel eternamente!
- Nós somos o povo e o rebanho do Senhor.

Carta aos Romanos 5,6-11

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:Irmãos:

6Quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo marcado. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer.8Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. 9Muito mais agora, que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira por ele.10Quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho; quanto mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida!11Ainda mais: Nós nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconciliação.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho de Jesus Cristo segundo S. Mateus 9,36-38.10,1-8

Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.» Jesus chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças. São estes os nomes dos doze Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que o traiu. Jesus enviou estes doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: «Não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça.

Comentários

"Proclamai que o Reino dos céus está próximo"

Cristo, a fim de cumprir a vontade do Pai, deu começo na terra ao Reino dos Céus e revelou-nos o seu mistério, realizando, com a própria obediência, a redenção. A Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus. Tal começo e crescimento exprimem-nos o sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado (cfr. Jo. 19,34), e preanunciam-nos as palavras do Senhor acerca da Sua morte na cruz: «Quando Eu for elevado acima da terra, atrairei todos a mim» (Jo. 12,32 gr.)...O mistério da santa Igreja manifesta-se na sua fundação. O Senhor Jesus deu início à Sua Igreja pregando a boa nova do advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas Escrituras: «cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo» (Mc. 1,15; cfr. Mt. 4,17). Este Reino manifesta-se na palavra, nas obras e na presença de Cristo. A palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo (Mc. 4,14): aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo (Luc. 12,32), já receberam o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe (cfr. Mc. 4, 26-29). Também os milagres de Jesus comprovam que já chegou à terra o Reino: «Se lanço fora os demónios com o poder de Deus, é que chegou a vós o Reino de Deus» (Luc. 11,20; cfr. Mt. 12,28). Mas este Reino manifesta-se sobretudo na própria pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, que veio «para servir e dar a sua vida em redenção por muitos» (Mt. 10,45). E quando Jesus, tendo sofrido pelos homens a morte da cruz, ressuscitou, apareceu como Senhor e Cristo e sacerdote eterno (cfr. Act. 2,36; Hebr. 5,6; 7, 17-21) e derramou sobre os discípulos o Espírito prometido pelo Pai (cfr. Act. 2,33). Pelo que a Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos e constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra. Enquanto vai crescendo, suspira pela consumação do Reino e espera e deseja juntar-se ao seu Rei na glória.

Fonte: Varios sites encontrados na Internet