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sábado, 8 de janeiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 08/01/2011

Santo do dia

Sábado depois da Epifania
1ª Carta de S. João 5,14-21.
Esta é a plena confiança que nele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos. Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte. Nós bem sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, mas o Filho de Deus o guarda, e o Maligno não o apanha. E bem sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro, é Deus e é vida eterna. Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6.9.
Cantai ao SENHOR um cântico novo; louvai-o na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel no seu criador; regozije-se o povo de Sião no seu rei! Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe ao som de harpas e tambores! SENHOR ama o seu povo e honra os humildes com a vitória! Exultem de alegria os fiéis pelo triunfo de Deus e cantem jubilosos em seus leitos! Entoem bem alto os louvores de Deus, com a espada de dois gumes na mão, para lhes aplicarem a sentença que estava determinada. Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho segundo S. João 3,22-30.
Depois disto, Jesus foi com os seus discípulos para a região da Judeia e ali convivia com eles e baptizava. Também João estava a baptizar em Enon, perto de Salim, porque havia ali águas abundantes e vinha gente para ser baptizada. João, de facto, ainda não tinha sido lançado na prisão. Então levantou-se uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, acerca dos ritos de purificação. Foram ter com João e disseram-lhe: «Rabi, aquele que estava contigo na margem de além-Jordão, aquele de quem deste testemunho, está a baptizar, e toda a gente vai ter com Ele.» João declarou: «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Messias, mas apenas o enviado à sua frente.' O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do esposo, que está ao seu lado e o escuta, sente muita alegria com a voz do esposo. Pois esta é a minha alegria! E tornou-se completa! Ele é que deve crescer, e eu diminuir.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por João Escoto Erígena (?-c. 870), beneditino irlandês Homilia sobre o Prólogo do Evangelho de João, cap. 16 (a partir da trad. SC 151, p. 281 rev.)

«Ele é que deve crescer, e eu diminuir.»

«João não era a Luz, mas dava testemunho da Luz» (Jo 1, 8). O precursor da Luz não era a Luz. Então por que se lhe dá o nome da lamparina acesa (Jo 5, 35) e de estrela da manhã? Ele era uma lamparina acesa, uma lamparina que ilumina, mas o fogo com que ardia não era o seu, a luz com que brilhava não era a sua. Ele era a estrela da manhã, mas não era a fonte da sua própria luz; era a graça Daquele de Quem ele era o precursor que ardia e resplandecia nele. Ele não era a Luz, mas participava desta Luz; aquilo que brilhava nele e por ele não era dele. [...] Com efeito, criatura alguma, por muito dotada de razão ou de inteligência que seja, é luz por si mesma, na sua própria substância; todas participam da Luz única e verdadeira, da Luz substancial que está em todas as coisas que a nossa inteligência vê brilhar.
Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 07/01/2011

Santo do dia
Sexta-feira depois da Epifania
LEITURAS
1ª Carta de S. João 5,5-13.
E quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus? Este, Jesus Cristo, é aquele que veio com água e com sangue; e não só com a água, mas com a água e com o sangue. E é o Espírito quem dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois são três os que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; e os três coincidem no mesmo testemunho. Se aceitamos o testemunho dos homens, maior é o testemunho de Deus; e o testemunho de Deus está em que foi Ele a dar testemunho a respeito do seu Filho. Quem crê no Filho de Deus tem esse testemunho consigo. Quem não crê em Deus faz de Deus mentiroso, uma vez que não crê no testemunho que Deus deixou a favor do seu Filho. E este é o testemunho: Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho de Deus tem a vida; quem não tem o Filho também não tem a vida. Escrevi-vos estas coisas, a vós que credes no Nome do Filho de Deus, para que tenhais a certeza de ter convosco a vida eterna.
Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica, Jerusalém, o SENHOR; louva, Sião, o teu Deus. Ele reforçou os ferrolhos das tuas portas e abençoou os teus filhos dentro de ti; Ele estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e saciou-te com a flor do trigo. Ele manda as suas ordens à terra, e a sua palavra corre velozmente; Ele revela os seus planos a Jacob, os seus preceitos e as suas sentenças a Israel. Não fez assim com nenhum outro povo, não lhes deu a conhecer os seus mandamentos.
Evangelho segundo S. Lucas 5,12-16.
Encontrando-se Jesus numa das cidades, apareceu um homem coberto de lepra. Ao ver Jesus, caiu com a face por terra e dirigiu-lhe esta súplica: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me.» Jesus estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: «Quero, fica purificado.» E imediatamente a lepra o deixou. Ordenou-lhe, então, que a ninguém o dissesse; no entanto, acrescentou: «Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés ordenou, para lhe servir de prova.» A sua fama espalhava-se cada vez mais, juntando se grandes multidões para o ouvirem e para que os curasse dos seus males. Mas Ele retirava-se para lugares solitários e aí se entregava à oração.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja Vida de S. Francisco, Legenda Major, cap. 1 (a partir da trad. cf. Vorreux, Éds franciscaines 1951, p. 572)

«Jesus estendeu a mão e tocou-lhe» (Lc 5, 13)

Um dia em que Francisco rezava em solidão e, levado pelo fervor, estava todo absorvido em Deus, o Senhor apareceu-lhe na Cruz. A esta visão, «a sua alma derreteu-se» (Ct 5, 6) e a memória da Paixão de Cristo atingiu-o tão profundamente que a partir de então mal podia conter as lágrimas e os suspiros assim que se punha a pensar no Crucificado; ele próprio o confessou um dia, pouco tempo antes de morrer. E assim ficou a compreender que era a ele que eram dirigidas as palavras do Evangelho: «Se alguém quiser vir Comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16, 24). A partir de então, abandonou-se ao espírito de pobreza, ao sabor da humildade e aos rasgos duma profunda piedade. Enquanto que outrora não só a companhia, mas até a vista dum leproso, mesmo ao longe, o enchia de repugnância, daí em diante pôs-se a prestar-lhes todos os serviços possíveis com uma completa indiferença por si próprio, sempre humilde e todo humano, por causa de Cristo crucificado que, segundo as palavras do profeta, foi considerado e «desprezado como um leproso» (Is 53, 3-4).
Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 06/01/2011

Santo do dia
Quinta-feira depois da Epifania
LEITURAS
1ª Carta de S. João 4,19-21.5,1-4.
Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão. Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus; e todo aquele que ama quem o gerou ama também quem por Ele foi gerado. É por isto que reconhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos; pois o amor de Deus consiste precisamente em que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são uma carga, porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E este é o poder vitorioso que venceu o mundo: a nossa fé.
Livro de Salmos 72,2.14-15.17.
Para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade.Há de livrá los da opressão e da violência, porque o seu sangue é precioso a seus olhos.Enquanto viver, ser lhe á dado ouro de Sabá! Por ele hão de rezar sempre e todos os dias será abençoado.O seu nome permanecerá pelos séculos e durará enquanto o Sol brilhar; todos nele se sentirão abençoados.
Evangelho segundo S. Lucas 4,14-22.
Impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a Galileia e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e todos o elogiavam. Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.» Depois, enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Ireneu de Lião (c. 130-v. 208), bispo, teólogo e mártir Contra as heresias, III, 17 (a partir da trad. Cerf 19898, p. 356)

«O Espírito do Senhor está sobre Mim»

O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu» (Is 61, 1). Ele é o Espírito de quem o Senhor disse: «Não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai que falará em vós» (Mt 10, 20). Do mesmo modo, quando deu aos Seus discípulos o poder de fazer os homens renascerem em Deus, disse-lhes: «Ide, ensinai todas as nações, baptizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19). Com efeito, Ele prometera através dos profetas difundir este Espírito sobre os Seus servos e servas nos últimos tempos, a fim de que eles profetizassem (Jl 3, 1-2). Eis a razão por que este Espírito desceu sobre o Filho de Deus tornado Filho do Homem: deste modo, habituou-Se a partilhar o género humano, a repousar nos homens, a residir na obra moldada por Deus. Realizou neles a vontade do Pai e renovou-os fazendo-os trocar o seu antigo modo de vida pela novidade de Cristo.
Fonte: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 05/01/2011

Santo do dia
Quarta-feira depois da Epifania
LEITURAS
1ª Carta de S. João 4,11-18.
Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros. A Deus nunca ninguém o viu; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor chegou à perfeição em nós. Damos conta de que permanecemos nele, e Ele em nós, por nos ter feito participar do seu Espírito. Nós o contemplámos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Quem confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi. No amor não há temor; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o temor; de facto, o temor pressupõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor.
Livro de Salmos 72(71),1-2.10-13.
Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão e a tua justiça ao filho do rei,para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade.Os reis de Társis e das ilhas oferecerão tributos; os reis de Sabá e de Seba trarão suas ofertas.Todos os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o servirão.Ele socorrerá o pobre que o invoca e o indigente que não tem quem o ajude.Terá compaixão do humilde e do pobre e salvará a vida dos oprimidos.
Evangelho segundo S. Marcos 6,45-52.
Jesus obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente, para o outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. Depois de os ter despedido, foi orar para o monte. Era já noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra. Vendo-os cansados de remar, porque o vento lhes era contrário, foi ter com eles de madrugada, andando sobre o mar; e fez menção de passar adiante. Mas, vendo-o andar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar, pois todos o viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou: «Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!» A seguir, subiu para o barco, para junto deles, e o vento amainou. E sentiram um enorme espanto, pois ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o coração endurecido.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Bem-aventurado John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo «Lead, kindly Light», Verses on Various Occasions

«Ele veio até eles caminhando sobre o mar»

Guia, terna Luz, no meio destas trevas, guia-me mais longe.
A noite é sombria, e eu estou longe da minha casa, guia-me mais longe.
Guarda os meus passos: que me importa ver o horizonte distante?
Um único passo me basta.
Nem sempre Te pedi como hoje para seres assim Tu o meu Guia.
Gostava então de escolher e conhecer o meu caminho; doravante sê o meu Guia.
Eu amava o brilho do dia; apesar dos meus medos o orgulho dominava a minha vida: esquece todo esse passado.
Muitas vezes, estou certo, o Teu poder me abençoou, apenas para ser meu Guia por entre pântanos e marés, e rochas e torrentes, enquanto dura a noite.
E com a manhã sorrir-me-ão aqueles rostos que sempre amei e que um dia perdi.
Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 04/01/2011

Santo do dia
Terça-feira depois da Epifania
LEITURAS
1ª Carta de S. João 4,7-10.
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que, por Ele, tenhamos a vida. É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
Livro de Salmos 72(71),1-2.3-4.7-8.
Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão e a tua justiça ao filho do rei,para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade.Que os montes tragam a paz ao povo, e as colinas, a justiça.Que o rei proteja os humildes do povo, ajude os necessitados e esmague os opressores!Em seus dias florescerá a justiça e uma grande paz até ao fim dos tempos.Dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra.
Evangelho segundo S. Marcos 6,34-44.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ove-lhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. A hora já ia muito adiantada, quando os discípulos se aproximaram e disseram: «O lugar é deserto e a hora vai adiantada. Manda-os embora, para irem aos campos e aldeias comprar de comer.» Jesus respondeu: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Eles disseram-lhe: «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?» Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes? Ide ver.» Depois de se informarem, responderam: «Cinco pães e dois peixes.» Ordenou-lhes que os mandassem sentar por grupos na erva verde. E sentaram-se, por grupos de cem e cinquenta. Jesus tomou, então, os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e dava-os aos seus discípulos, para que eles os repartissem. Dividiu também os dois peixes por todos. Comeram até ficarem saciados. E havia ainda doze cestos com os bocados de pão e os restos de peixe. Ora os que tinham comido daqueles pães eram cinco mil homens.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI Homilia para o Congresso eucarístico italiano, 29/05/05 (trad. Osservatore Romano rev.; cf DC 2339, p. 634 © Libreria Editrice Vaticana)

Jesus tomou, então, os cinco pães [...], pronunciou a bênção, partiu os pães e deu-os aos discípulos.

«Sem o Domingo não podemos viver». No ano 304, quando o imperador Diocleciano proibiu os cristãos, sob pena de morte, de possuírem as Escrituras, de se reunirem ao domingo para celebrar a Eucaristia, [...] em Abitene, uma pequena localidade na actual Tunísia, 49 cristãos foram surpreendidos a um domingo enquanto, reunidos em casa de Octávio Félix, celebravam a Eucaristia [...]; foram presos e levados para Cartago para serem interrogados [...]. Um deles respondeu: «Sine dominico non possumus»: sem nos reunirmos em assembleia ao domingo para celebrar a Eucaristia, não podemos viver. Faltar-nos-iam as forças para enfrentar as dificuldades quotidianas sem sucumbir. [...] O Filho de Deus, tendo-Se feito carne, podia tornar-Se pão, e ser assim alimento do Seu povo, que está neste mundo a caminho da terra prometida do céu. Precisamos deste pão para enfrentar as fadigas e o cansaço da viagem. O Domingo, Dia do Senhor, é a ocasião propícia para haurir a força d'Ele, que é o Senhor da vida. Por conseguinte, o preceito festivo não é um dever imposto do exterior, um peso sobre os nossos ombros. Ao contrário, participar na celebração dominical, alimentar-se do Pão eucarístico e experimentar a comunhão dos irmãos e irmãs em Cristo é uma necessidade para o cristão, é uma alegria. É assim que ele pode encontrar a energia necessária para o caminho que tem de percorrer todas as semanas.
Fonte: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 03/01/2011

Santo do dia
Santíssimo Nome de Jesus
1ª Carta de S. João 3,22-24.4,1-6.
E recebemos dele tudo o que pedirmos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável. E este é o seu mandamento: que acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, conforme o mandamento que Ele nos deu. Aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele; e é por isto que reconhecemos que Ele permanece em nós: graças ao Espírito que nos deu. Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas apareceram no mundo. Reconheceis que o espírito é de Deus por isto: todo o espírito que confessa Jesus Cristo que veio em carne mortal é de Deus; e todo o espírito que não faz esta confissão de fé acerca de Jesus não é de Deus. Esse é o espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que tem de vir; pois bem, ele já está no mundo. Meus filhinhos, vós sois de Deus e venceste-los, porque é mais poderoso o espírito que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo; por isso falam a linguagem do mundo, e o mundo ouve-os. Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus ouve-nos; quem não é de Deus não nos ouve. É por isto que nós reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
Livro de Salmos 2,7-8.10-11.
Vou anunciar o decreto do SENHOR. Ele disse me: "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.Pede me e Eu te darei povos como herança e os confins da terra por domínio.E agora, prestai atenção, ó reis! Deixai vos instruir, juízes da terra!Servi o SENHOR com temor, prestai lhe homenagem com tremor.
Evangelho segundo S. Mateus 4,12-17.23-25.
Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus retirou-se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz. A partir desse momento, Jesus começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.» Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. A sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos; e Ele curou-os. E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Romano, o Melodista (? – c. 560), compositor de hinos 2º hino para a Epifania, 1, 3, 8 (a partir da trad. SC 110, pp. 271ss. rev.)

Aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz.

Sobre Adão, cego no Éden, ergue-se um sol, que surgiu em Belém e que lhe abriu os olhos, lavando-os nas águas do Jordão. Sobre aquele que jazia na sombra e nas trevas elevou-se a luz que nunca mais se extinguirá. Acabou para ele a noite, para ele tudo é dia; chegou para ele o momento da aurora, porque foi no crepúsculo que ele se escondeu, como diz a Escritura (Gn 3, 8). Aquele que caíra ao entardecer encontrou a aurora que o ilumina, escapou à escuridão, avança em direcção à manhã que se manifestou e que tudo ilumina. [...] Canta, Adão, canta e adora Aquele que vem a ti; quando tu te afastavas, Ele manifestou-Se a ti para que pudesses vê-Lo, tocar-Lhe, acolhê-Lo. Aquele que temias quando foste enganado fez-Se por ti semelhante a ti. Desceu à terra para te levar para o céu, tornou-Se mortal para que tu te tornasses Deus e te revestisses da tua beleza inicial. Desejando abrir-te de novo as portas do Éden, habitou em Nazaré. Por tudo isso, canta-Lhe, ó homem, glorifica com salmos Aquele que Se manifestou e que tudo iluminou. [...] Os olhos dos filhos da terra receberam a força de contemplar o rosto celeste; os olhos dos seres de barro (Gn 2, 7) viram o brilho sem sombras da luz imaterial, que os profetas e os reis não viram, mas desejaram ver (Mt 13, 17). O grande Daniel foi chamado homem de desejos porque desejou contemplar Aquele que nós contemplamos. Também David esperou este decreto. Aquilo que estava oculto pode agora ser compreendido: é que Ele manifestou-Se e tudo iluminou.

Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 2 de janeiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 02/01/2011

Santo do dia

Epifania do Senhor
LEITURAS
Livro de Isaías 60,1-6.
Levanta-te e resplandece, Jerusalém, que está a chegar a tua luz! A glória do SENHOR amanhece sobre ti! Olha: as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos, mas sobre ti amanhecerá o SENHOR. A sua glória vai aparecer sobre ti. As nações caminharão à tua luz, e os reis ao esplendor da tua aurora. Levanta os olhos e vê à tua volta: todos esses se reuniram para vir ao teu encontro. Os teus filhos chegam de longe, e as tuas filhas são transportadas nos braços. Quando vires isto, ficarás radiante de alegria; o teu coração palpitará e se dilatará, porque para ti afluirão as riquezas do mar, e a ti virão os tesouros das nações. Serás invadida por uma multidão de camelos, pelos dromedários de Madian e de Efá. De Sabá virão todos trazendo ouro e incenso, e proclamando os louvores do SENHOR.
Livro de Salmos 72 (71),1-2.7-8.10-11.12-13.
Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão e a tua justiça ao filho do rei,para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade.Em seus dias florescerá a justiça e uma grande paz até ao fim dos tempos.Dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra.Os reis de Társis e das ilhas oferecerão tributos; os reis de Sabá e de Seba trarão suas ofertas.Todos os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o servirão.Ele socorrerá o pobre que o invoca e o indigente que não tem quem o ajude.Terá compaixão do humilde e do pobre e salvará a vida dos oprimidos.
Carta aos Efésios 3,2-3.5-6.
Com certeza, ouvistes falar da graça de Deus que me foi dada para vosso benefício, a fim de realizar o seu plano: que, por revelação, me foi dado conhecer o mistério, tal como antes o descrevi resumidamente. que, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, em gerações passadas, como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas, no Espírito: os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Evangelho segundo S. Mateus 2,1-12.
Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. E perguntaram: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.» Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judeia; porque de ti vai sair o Príncipe que há-de apascentar o meu povo de Israel.» Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exactas sobre a data em que a estrela lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino; e, depois de o encontrardes, vinde comunicar-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem.» Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho.
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Bruno de Segni (c. 1045-1123), bispo 1º sermão sobre a Epifania; PL 165, 863 (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 334)

Ouro, incenso e mirra.
Guiados pela estrela, os magos que vieram do Oriente até Belém entraram na casa onde a Bem-aventurada Virgem Maria se encontrava com o Menino; e, abrindo os seus tesouros, ofereceram três coisas ao Senhor: ouro, incenso e mirra, pelos quais confessaram que Ele era verdadeiramente rei, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. São também estes os dons que a Santa Igreja não cessa de oferecer a Deus, seu Salvador. Oferece o incenso, quando crê e confessa que Ele é o verdadeiro Senhor, o Criador do universo; oferece a mirra, quando afirma que Ele tomou a substância da nossa carne, na qual quis sofrer e morrer pela nossa salvação; oferece o ouro quando não hesita em proclamar que Ele reina eternamente, com o Pai e o Espírito Santo. [...] Esta oferenda pode ainda adquirir outro sentido místico. Segundo Salomão, o ouro significa a sabedoria celeste: «O tesouro mais desejavel encontra-se na boca do sábio» (Pr 21, 10). [...] De acordo com o salmista, o incenso simboliza a oração pura: «Senhor, que a minha oração se eleve na Tua presença como nuvens de incenso» (Sl 140, 2). Pois quando a nossa oração é pura, exala em direcção a Deus um perfume mais puro que o fumo do incenso; e, assim como este fumo se eleva para o céu, assim a nossa oração se dirige ao Senhor. A mirra simboliza a mortificação da nossa carne. Assim, pois, oferecemos ouro ao Senhor quando resplandecemos na Sua presença pela luz da sabedoria celeste. [...] Oferecemos-Lhe incenso quando elevamos para Ele uma oração pura. E oferecemos-Lhe mirra quando, por meio da abstinência, «mortificando a nossa carne, com os seus vícios e as suas cobiças» (Ga 5, 24), levamos a cruz atrás de Jesus.

Fonte: Evangelho Quotidiano