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sábado, 12 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 12/02

Santo do dia

Sábado da 5a semana do Tempo Comum
Hoje a Igreja celebra : S. Juliao
LEITURAS
Livro de Génesis 3,9-24.
Mas o Senhor Deus chamou o homem e disse-lhe: «Onde estás?» Ele respondeu: «Ouvi a tua voz no jardim e, cheio de medo, escondi-me porque estou nu.» O Senhor Deus perguntou: «Quem te disse que estás nu? Comeste, porventura, da árvore da qual te proibi comer?» O homem respondeu: «Foi a mulher que trouxeste para junto de mim que me ofereceu da árvore e eu comi.» O Senhor Deus perguntou à mulher: «Por que fizeste isso?» A mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi.» Então, o Senhor Deus disse à serpente: «Por teres feito isto, serás maldita entre todos os animais domésticos e entre os animais selvagens. Rastejarás sobre o teu ventre, alimentar-te-ás de terra todos os dias da tua vida. Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar.» Depois, disse à mulher: «Aumentarei os sofrimentos da tua gravidez, entre dores darás à luz os filhos. Procurarás apaixonadamente o teu marido, mas ele te dominará.» A seguir, disse ao homem: «Porque atendeste à voz da tua mulher e comeste o fruto da árvore, a respeito da qual Eu te tinha ordenado: ‘Não comas dela’, maldita seja a terra por tua causa. E dela só arrancarás alimento à custa de penoso trabalho, todos os dias da tua vida. Produzir-te-á espinhos e abrolhos, e comerás a erva dos campos. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó e ao pó voltarás.» Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela seria mãe de todos os viventes. O Senhor Deus fez a Adão e à sua mulher túnicas de peles e vestiu-os. O Senhor Deus disse: «Eis que o homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós. Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.» O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, a fim de cultivar a terra, da qual fora tirado. Depois de ter expulsado o homem, colocou, a oriente do jardim do Éden, os querubins com a espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da Vida.
Livro de Salmos 90,2.3-4.5-6.12-13.
Antes de surgirem as montanhas, antes de nascerem a terra e o mundo, desde sempre e para sempre Tu és Deus.Tu podes reduzir o homem ao pó, dizendo apenas: "Voltai ao pó, seres humanos!"Mil anos, diante de ti, são como o dia de ontem, que passou, ou como uma vigília da noite.Tu os arrebatas como um sonho, ou como a erva que de manhã verdeja,como a erva que de manhã brota vicejante, mas à tarde está murcha e seca.Ensina nos a contar assim os nossos dias, para podermos chegar ao coração da sabedoria.Volta, SENHOR! Até quando...? Tem compaixão dos teus servos.
Evangelho segundo S. Marcos 8,1-10.
Naqueles dias, havia outra vez uma grande multidão e não tinham que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: «Tenho compaixão desta multidão. Há já três dias que permanecem junto de mim e não têm que comer. Se os mandar embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, e alguns vieram de longe.» Os discípulos responderam-lhe: «Como poderá alguém saciá-los de pão, aqui no deserto?» Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes?» Disseram: «Sete.» Ordenou que a multidão se sentasse no chão e, tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e dava-os aos seus discípulos para eles os distribuírem à multidão. Havia também alguns peixinhos. Jesus abençoou-os e mandou que os distribuíssem igualmente. Comeram até ficarem satisfeitos, e houve sete cestos de sobras. Ora, eram cerca de quatro mil. Despediu-os e, subindo logo para o barco com os discípulos, foi para os lados de Dalmanuta.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja Comentário sobre o Evangelho de São Lucas, VI, 73-88 (a partir da trad. SC 45, pp. 254 ss. rev.)

«Se os mandar embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho»

Senhor Jesus, sei bem que não queres deixar em jejum estas pessoas que estão aqui comigo, mas antes alimentá-las com os alimentos que distribuis; deste modo, fortalecidas com o Teu alimento, não recearão desfalecer de fome. Sei bem que também não nos queres mandar embora em jejum. [...] Tu o disseste: não queres que eles desfaleçam no caminho, isto é, que desfaleçam no decurso desta vida antes de chegarem ao fim do percurso, antes de chegarem ao Pai e perceberem que Tu provéns do Pai. [...]O Senhor tem piedade, para que ninguém desfaleça no caminho. [...] Assim como faz chover tanto sobre os justos como sobre os injustos (Mt 5, 45), também alimenta tanto os justos como os injustos. Não foi graças à força do alimento que o santo profeta Elias, quase a desfalecer, conseguiu caminhar quarenta dias? (1R 19, 8) Foi um anjo que lhe deu esse alimento; mas a vós, é o próprio Cristo que vos alimenta. Se conservardes o alimento assim recebido, caminhareis, não quarenta dias e quarenta noites [...], mas durante quarenta anos, desde a vossa saída dos confins do Egipto até à vossa chegada à terra da abundância, à terra onde correm o leite e o mel (Ex 3, 8). [...]Cristo partilha os víveres e quer, sem dúvida alguma, dá-los a todos. Não os recusa a ninguém, pois dá-os a todos. Porém, quando parte os pães e os dá aos discípulos, se não estenderdes as mãos para receber o vosso alimento, desfalecereis no caminho. [...] Este pão que Jesus parte é o mistério da palavra de Deus: quando é distribuída, aumenta. A partir somente de algumas palavras, Jesus forneceu a todos os povos um alimento superabundante. Ele deu-nos os Seus discursos como pães e, enquanto os saboreamos, eles multiplicam-se na nossa boca. [...] Quando as multidões os comem, os pedaços tornam a aumentar, multiplicando-se. Tanto assim é que, no fim, os restos são ainda mais abundantes do que os pães que foram partilhados.
Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 11/02

Santo do dia

Sexta-feira da 5ª semana do Tempo Comum

Calendário da Igreja disponível este dia

LEITURAS

Livro de Génesis 3,1-8.

A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus fizera; e disse à mulher: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?» A mulher respondeu-lhe: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Nunca o deveis comer, nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis.’ A serpente retorquiu à mulher: ‘Não, não morrereis; porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal’.» Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do fruto, comeu, deu dele também a seu marido, que estava junto dela, e ele também comeu. Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, coseram folhas de figueira umas às outras e colocaram-nas, como se fossem cinturas, à volta dos rins. Ouviram, então, a voz do Senhor Deus, que percorria o jardim pela brisa da tarde, e o homem e a sua mulher logo se esconderam do Senhor Deus, por entre o arvoredo do jardim.

Livro de Salmos 32(31),1-2.5.6.7.

Feliz aquele a quem é perdoada a culpa e absolvido o pecado.Feliz o homem a quem o SENHOR não acusa de iniquidade e em cujo espírito não há engano.Confessei te o meu pecado e não escondi a minha culpa; disse: "Confessarei ao SENHOR a minha falta"; e Tu me perdoaste a culpa do pecado.Por isso, todo o fiel te invoca no tempo da angústia. E, mesmo que transbordem águas caudalosas, jamais o hão de atingir.Tu és o meu refúgio: livras me da angústia e me envolves em cânticos de libertação.

Evangelho segundo S. Marcos 7,31-37.

Tornando a sair da região de Tiro, veio por Sídon para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a língua. Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que quer dizer «abre-te.» Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava correctamente. Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam. No auge do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI Discurso aos seminaristas 17/02/2007 (trad. © libreria Editrice Vaticana)

«Oxalá ouvísseis hoje a Sua voz» (Sl 94,7)

Como podemos discernir a voz de Deus entre as mil vozes que ouvimos todos os dias neste nosso mundo? Diria: Deus fala connosco de modos muito diferentes. Fala através de outras pessoas, através dos amigos, dos pais, do pároco, dos sacerdotes. [...] Fala por meio dos acontecimentos da nossa vida, nos quais podemos discernir um gesto de Deus; fala também através da natureza, da criação, e fala, naturalmente e sobretudo, na Sua Palavra, na Sagrada Escritura, lida na comunhão da Igreja e pessoalmente em diálogo com Deus. É importante ler a Sagrada Escritura, por um lado de modo muito pessoal, e realmente, como diz São Paulo, não como palavra de um homem ou como um documento do passado, como lemos Homero ou Virgílio, mas como uma Palavra de Deus que é sempre actual e fala comigo; aprender a ouvir um texto, que é historicamente do passado mas que é a Palavra viva de Deus, ou seja, entrar em oração, e assim fazer da leitura da Sagrada Escritura um diálogo com Deus. Santo Agostinho, nas suas homilias, diz com frequência: «Bati várias vezes à porta desta Palavra, até que pude compreender o que o próprio Deus me dizia»; por um lado, esta leitura muito pessoal, este diálogo pessoal com Deus, no qual procuro o que o Senhor me diz; e, juntamente com esta leitura pessoal, é muito importante a leitura comunitária, porque o sujeito vivo da Sagrada Escritura é o Povo de Deus, é a Igreja.

Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 10/02

Santo do dia

Quinta-feira da 5ª semana do Tempo Comum


Calendário da Igreja disponível este dia

LEITURAS

Livro de Génesis 2,18-25.

O Senhor Deus disse: «Não é conveniente que o homem esteja só; vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele.» Então, o Senhor Deus, após ter formado da terra todos os animais dos campos e todas as aves dos céus, conduziu-os até junto do homem, a fim de verificar como ele os chamaria, para que todos os seres vivos fossem conhecidos pelos nomes que o homem lhes desse. O homem designou com nomes todos os animais domésticos, todas as aves dos céus e todos os animais ferozes; contudo, não encontrou auxiliar semelhante a ele. Então, o Senhor Deus fez cair sobre o homem um sono profundo; e, enquanto ele dormia, tirou-lhe uma das suas costelas, cujo lugar preencheu de carne. Da costela que retirara do homem, o Senhor Deus fez a mulher e conduziu-a até ao homem. Então, o homem exclamou: «Esta é, realmente, osso dos meus ossos e carne da minha carne. Chamar-se-á mulher, visto ter sido tirada do homem!» Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne. Estavam ambos nus, tanto o homem como a mulher, mas não sentiam vergonha.

Livro de Salmos 128(127),1-2.3.4-5.

Felizes os que obedecem ao SENHOR e andam nos seus caminhos. Comerás do fruto do teu próprio trabalho: assim serás feliz e viverás contente. tua esposa será como videira fecunda na intimidade do teu lar; os teus filhos serão como rebentos de oliveira ao redor da tua mesa. Assim vai ser abençoado o homem que obedece ao SENHOR. SENHOR te abençoe do monte Sião! Possas contemplar a prosperidade de Jerusalém todos os dias da tua vida.

Evangelho segundo S. Marcos 7,24-30.

Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e de Sídon. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse, mas não pôde passar despercebido, porque logo uma mulher que tinha uma filha possessa de um espírito maligno, ouvindo falar dele, veio lançar-se a seus pés. Era gentia, siro-fenícia de origem, e pedia-lhe que expulsasse da filha o demónio. Ele respondeu: «Deixa que os filhos comam primeiro, pois não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.» Mas ela replicou: «Dizes bem, Senhor; mas até os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas dos filhos.» Jesus disse: «Em atenção a essa palavra, vai; o demónio saiu de tua filha.» Ela voltou para casa e encontrou a menina recostada na cama. O demónio tinha-a deixado.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Isaac de l'Étoile (? - c. 1171), monge cistercense Sermão 33, 1º para o 2º Domingo de Quaresma (a partir da trad. cf. SC 207, pp. 221-227)

«Jesus foi para a região de Tiro»

«Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e Sídon» (Mt 15, 21). Quando «o Verbo Se fez homem e veio habitar connosco» (Jo 1, 14), saiu do Pai para vir ao mundo (Jo 16, 28). «Ele, que é de condição divina», saiu da Sua pátria para «Se esvaziar de Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fil 2,6-7), «carne idêntica à do pecado» (Rom 8, 3), a fim de ser encontrado pelos que saem do seu território para irem ao encontro dEle na região de Tiro e Sídon. [...] Pois esta mulher Cananeia sai do interior do seu território (Mt 15, 22), e encontra, na fronteira da sua região, o médico que vem voluntariamente, que por misericórdia sai da Sua região, que com bondade Se apresenta numa região estrangeira, ao doente que não teria podido abordá-lO caso Ele tivesse permanecido em casa. Como Deus bem-aventurado, justo e forte, Ele estava no alto, e era interdito ao homem miserável subir até Ele. [...] Por conseguinte, cheio de compaixão, fez o que correspondia à piedade: veio Ele até junto do pecador. [...]Saiamos, por conseguinte, irmãos, saiamos, cada um por si, do lugar da nossa própria injustiça. [...] Odiai o pecado, e então saíreis do pecado. Odiais o pecado, e reencontrastes Cristo onde Ele se encontra. [...] Mas direis que até isso é demasiado para vós, e que, sem a graça de Deus, é impossível ao homem odiar o pecado, desejar a justiça, desejar não pecar e querer arrepender-se. «Dêem graças ao Senhor, pelo seu amor e pelas suas maravilhas em favor dos homens!» (Sl 106, 8) Com efeito, se foi pela Sua graça que Ele Se retirou claramente para a região de Tiro e Sídon, onde a mulher O poderia encontrar, foi também por graça que tirou secretamente esta mulher da sua morada mais interior. [...]Esta mulher simboliza a Igreja, predestinada eternamente, chamada e justificada no tempo, destinada à glória no fim dos tempos (Rom 8, 30), que sem interrupção roga pela sua filha, quer dizer, por cada um dos eleitos.

Fonte: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 09/02

Santo do dia
Quarta-feira da 5ª semana do Tempo Comum
Hoje a Igreja celebra : Santa Apolónia, virgem, mártir, + 249, S. Romão, eremita, + séc. IV

LEITURAS
Livro de Génesis 2,5-9.15-17.
E ainda não havia arbusto algum pelos campos, nem sequer uma planta germinara ainda, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para a cultivar, e da terra brotava uma nascente que regava toda a superfície, então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, ao oriente, e nele colocou o homem que tinha formado. O Senhor Deus fez brotar da terra toda a espécie de árvores agradáveis à vista e de saborosos frutos para comer; a árvore da Vida estava no meio do jardim, assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal. O Senhor Deus levou o homem e colocou-o no jardim do Éden, para o cultivar e, também, para o guardar. E o Senhor Deus deu esta ordem ao homem: «Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás.»
Livro de Salmos 104(103),1-2.27-28.29-30.
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR! SENHOR, meu Deus, como Tu és grande! Estás revestido de esplendor e majestade! Estás envolto num manto de luz e estendeste os céus como um véu. Todos esperam de ti que lhes dês comida a seu tempo. Dás-lhes o alimento, que eles recolhem, abres a tua mão e saciam-se do que é bom. Se deles escondes o rosto, ficam perturbados; se lhes tiras o alento, morrem e voltam ao pó donde saíram. Se lhes envias o teu espírito, voltam à vida. E assim renovas a face da terra.
Evangelho segundo S. Marcos 7,14-23.
Chamando de novo a multidão, dizia: «Ouvi-me todos e procurai entender. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» Quando, ao deixar a multidão, regressou a casa, os discípulos interrogaram-no acerca da parábola. Ele respondeu: «Também vós não compreendeis? Não percebeis que nada do que, de fora, entra no homem o pode tornar impuro, porque não penetra no coração mas sim no ventre, e depois é expelido em lugar próprio?» Assim, declarava puros todos os alimentos. E disse: «O que sai do homem, isso é que torna o homem impuro. Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições, perversidade, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios. Todas estas maldades saem de dentro e tornam o homem impuro.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por Afrates (?-c. 345), monge e bispo perto de Mossul, santo das igrejas ortodoxas Demonstrações (Epístolas), n°4 (a partir da trad. SC 349, p. 292 rev.)

«Cria em mim, ó Deus, um coração puro» (Sl 50, 12)

A pureza do coração é uma oração mais excelente do que todas as orações recitadas em voz alta, e o silêncio, conjugado com uma consciência sincera, ultrapassa a voz alta do homem que grita. Portanto agora, meu amigo, dá-me o teu coração e a tua inteligência: ouve-me falar-te da força da oração pura e vê como os nossos pais, os justos de antigamente, ganharam prestígio pela sua oração diante de Deus, e como esta se tornou para eles numa oferenda pura. Com efeito, foi pela oração que as oferendas foram aceites. Foi ela que fez parar o dilúvio, curou a esterilidade, fez retirar exércitos, desvendou mistérios, fendeu o mar e abriu um caminho no Jordão, reteve o sol e imobilizou a lua, exterminou os impuros e fez cair fogo, conteve o céu, permitiu sair da fossa, libertou do fogo e salvou do mar. A sua força é muitíssimo considerável, como era considerável o poder do jejum puro. [...] Efectivamente, foi, antes de mais, devido à pureza do coração Abel que a sua oferenda foi aceite diante de Deus, enquanto a de Caim foi rejeitada (Gn 4, 4ss.). [...] Foram os frutos do coração deste que demonstraram e testemunharam que ele estava cheio de malícia, visto que tinha matado o seu irmão. Com efeito, o que o seu pensamento tinha concebido, as suas mãos o tornaram realidade; mas a pureza do coração de Abel estava na sua oração.
Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 08/02

Santo do dia

Terça-feira da 5ª semana do Tempo Comum

LEITURAS

Livro de Génesis 1,20-31.2,1-4.

Deus disse: «Que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos, e que por cima da terra voem aves, sob o firmamento dos céus.» Deus criou, segundo as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas, e todas as aves aladas, segundo as suas espécies. E Deus viu que isto era bom. Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas do mar e multipliquem-se as aves sobre a terra.» Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia. Deus disse: «Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies.» E assim aconteceu. Deus fez os animais ferozes, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies. E Deus viu que isto era bom. Depois, Deus disse: «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.» Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher. Abençoando-os, Deus disse-lhes: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.» Deus disse: «Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, igualmente dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir.» E assim aconteceu. Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia. Foram assim terminados os céus e a Terra e todo o seu conjunto. Concluída, no sétimo dia, toda a obra que tinha feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo o trabalho por Ele realizado. Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o, visto ter sido nesse dia que Ele repousou de toda a obra da criação. Esta é a origem da criação dos céus e da Terra. Quando o Senhor Deus fez a Terra e os céus.
Livro de Salmos 8,4-5.6-7.8-9.
Quando contemplo os céus, obra das tuas mãos, a Lua e as estrelas que Tu criaste:que é o homem para te lembrares dele, o filho do homem para com ele te preocupares?Quase fizeste dele um ser divino; de glória e de honra o coroaste.Deste lhe domínio sobre as obras das tuas mãos, tudo submeteste a seus pés:rebanhos e gado, sem excepção, e até mesmo os animais bravios;as aves do céu e os peixes do mar, tudo o que percorre os caminhos do oceano.
Evangelho segundo S. Marcos 7,1-13.
Os fariseus e alguns doutores da Lei vindos de Jerusalém reuniram-se à volta de Jesus, e viram que vários dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar. É que os fariseus e todos os judeus em geral não comem sem ter lavado e esfregado bem as mãos, conforme a tradição dos antigos; ao voltar da praça pública, não comem sem se lavar; e há muitos outros costumes que seguem, por tradição: lavagem das taças, dos jarros e das vasilhas de cobre. Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e doutores da Lei: «Porque é que os teus discípulos não obedecem à tradição dos antigos e tomam alimento com as mãos impuras?» Respondeu: «Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Vazio é o culto que me prestam e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos. Descurais o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens.» E acrescentou: «Anulais a vosso bel-prazer o mandamento de Deus, para observardes a vossa tradição. Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e ainda: Quem amaldiçoar o pai ou a mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se alguém afirmar ao pai ou à mãe: 'Declaro Qorban’ isto é, oferta ao Senhor aquilo que poderias receber de mim..., nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, anulando a palavra de Deus com a tradição que tendes transmitido. E fazeis muitas outras coisas do mesmo género.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja O Caminho da perfeição, cap. 28, 9-11 (a partir da trad. OC, Cerf 1995, p. 805)

«Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim»

Imaginemos que há em nós um palácio de imensa riqueza, todo construído em ouro e pedras preciosas, digno do Mestre a Quem pertence. Em seguida, pensai, minhas irmãs, que a beleza deste edifício também depende de vós. É verdade, pois haverá edifício mais belo do que uma alma pura e cheia de virtudes? E quanto maiores forem, mais resplandecem as pedrarias. Por fim, pensai que neste palácio habita este grande Rei que quis tornar-Se nosso Pai; Ele senta-Se num trono de grande valor, que é o vosso coração. [...]Podereis rir-vos de mim e dizer que isto é muito claro. Tendes razão, mas isto foi obscuro para mim durante um certo tempo. Eu compreendia que tinha uma alma, mas a estima que esta alma merecia, a dignidade d'Aquele que a habitava era algo que eu não compreendia. As vaidades da vida eram como uma venda que colocava sobre os olhos. Se eu tivesse percebido, como percebo hoje, que naquele pequeno palácio da minha alma habita um Rei tão grande, não O teria deixado só tantas vezes; teria ficado de tempos a tempos perto d'Ele e teria feito o necessário para que o palácio estivesse menos sujo. Como é admirável pensar que Aquele cuja grandeza encheria mil mundos, e muito mais, cabe numa morada tão pequena!

Fonte: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 07/02


Santo do dia

Segunda-feira da 5ª semana do Tempo Comum
LEITURAS
Livro de Génesis 1,1-19.
No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, a terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas. Deus disse: «Faça-se a luz.» E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Deus chamou dia à luz, e às trevas, noite. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia. Deus disse: «Haja um firmamento entre as águas, para as manter separadas umas das outras.» E assim aconteceu. Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam sob o firmamento das que estavam por cima do firmamento. Deus chamou céus ao firmamento. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia. Deus disse: «Reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus, num único lugar, a fim de aparecer a terra seca.» E assim aconteceu. Deus chamou terra à parte sólida, e mar, ao conjunto das águas. E Deus viu que isto era bom. Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que dêem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies, e contendo semente.» E assim aconteceu. A terra produziu verdura, erva com semente, segundo a sua espécie, e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva semente. Deus viu que isto era bom. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia. Deus disse: «Haja luzeiros no firmamento dos céus, para separar o dia da noite e servirem de sinais, determinando as estações, os dias e os anos; servirão também de luzeiros no firmamento dos céus, para iluminarem a Terra.» E assim aconteceu. Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir à noite; fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para iluminarem a Terra, para presidirem ao dia e à noite, e para separarem a luz das trevas. E Deus viu que isto era bom. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.
Livro de Salmos 104(103),1-2.5-6.10.12.24.35.
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR! SENHOR, meu Deus, como Tu és grande! Estás revestido de esplendor e majestade! Estás envolto num manto de luz e estendeste os céus como um véu. Fundaste a terra sobre bases sólidas, ela mantém-se inabalável para sempre. Tu a cobriste com o manto do abismo e as águas cobriram as montanhas; Transformas as fontes em rios, que serpenteiam entre as montanhas. Os pássaros do céu vêm morar nas suas margens; ali chilreiam entre a folhagem. SENHOR, como são grandes as tuas obras! Todas elas são fruto da tua sabedoria! A terra está cheia das tuas criaturas! Desapareçam da terra os pecadores! Os ímpios deixem de existir! Bendiz, ó minha alma, o SENHOR! Aleluia!
Evangelho segundo S. Marcos 6,53-56.
Finda a travessia, aproximaram-se de Genesaré e aportaram. Assim que saíram do barco, reconheceram-no. Acorreram de toda aquela região e começaram a levar os doentes nos catres para o lugar onde sabiam que Ele se encontrava. Nas aldeias, cidades ou campos, onde quer que entrasse, colocavam os doentes nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar pelo menos as franjas das suas vestes. E quantos o tocavam ficavam curados.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja Sermão 306, passim

«Quantos O tocavam ficavam curados»

Todos os homens querem ser felizes; não há ninguém que não o queira, e com tanta intensidade que o deseja acima de tudo. Melhor ainda: tudo o que querem para além disso querem-no para isso. Os homens perseguem paixões diferentes, um esta, outro aquela; também existem muitas maneiras de ganhar a vida neste mundo: cada um escolhe a sua profissão e exerce-a. Mas quer adoptem este ou aquele género de vida, todos os homens agem nesta vida para serem felizes. [...] O que há então nesta vida capaz de nos fazer felizes, que todos desejam mas que nem todos alcançam? Procuremo-lo. [...]Se eu perguntar a alguém: «Queres viver?», ninguém se sentiria tentado a responder-me: «Não quero». [...] Do mesmo modo, se eu perguntar: «Queres ser saudável?», ninguém me responderá: «Não quero». A saúde é um bem precioso aos olhos do rico e, para o pobre, ela é muitas vezes o único bem que ele possui. [...] Todos concordam no amor pela vida e pela saúde. Ora quando o homem desfruta da vida e é saudável, poderá contentar-se com isso? [...]Um homem rico perguntou ao Senhor: «Mestre, que devo fazer para ter a vida eterna?» (Mc 10, 17) Ele temia morrer e era forçado a morrer. [...] Ele sabia que uma vida de dor e de tormentos não é vida, e que se lhe deveria antes dar o nome de morte. [...] Apenas a vida eterna pode ser feliz. A saúde e a vida neste mundo não a garantem, tememos demasiado perdê-las: chamai a isto «temer sempre» e não «viver sempre». [...] Se a nossa vida não é eterna, se não satisfaz eternamente os nossos desejos, não pode ser feliz, nem sequer é vida. [...] Quando entrarmos nessa vida, teremos a certeza de aí ficar para sempre. Teremos a certeza de possuir eternamente a verdadeira vida sem qualquer temor, pois encontrar-nos-emos naquele Reino sobre o qual se diz: «E o Seu reino não terá fim» (Lc 1, 33).
Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 6 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 06/02

Santo do dia
5º Domingo do Tempo Comum - Ano A
Livro de Isaías 58,7-10.
Repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão. Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente, e a glória do SENHOR atrás de ti. Então invocarás o SENHOR e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: «Aqui estou!» se repartires o teu pão com o faminto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na tua escuridão, e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio dia.
Livro de Salmos 112(111),4-5.6-7.8-9.
Brilha para os homens rectos como luz nas trevas: ele é piedoso, clemente e compassivo. Feliz o homem que se compadece e empresta e administra os seus bens com justiça. Este jamais sucumbirá. O justo deixará memória eterna. Não tem receio das más notícias; o seu coração está firme e confiante no SENHOR. seu coração está firme; por isso nada teme e verá os seus opressores confundidos. Reparte do que é seu com os pobres; a sua generosidade subsistirá para sempre e o seu poder crescerá em glória.
1ª Carta aos Coríntios 2,1-5.
Eu mesmo, quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com o prestígio da linguagem ou da sabedoria, para vos anunciar o mistério de Deus. Julguei não dever saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. Estive no meio de vós cheio de fraqueza, de receio e de grande temor. A minha palavra e a minha pregação nada tinham dos argumentos persuasivos da sabedoria humana, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
Evangelho segundo S. Mateus 5,13-16.
«Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade Something Beautiful for God (a partir da trad. La joie du don, Seuil, 1975, p. 31)

«Brilhe a vossa luz diante dos homens»

Os cristãos são para os outros (para os homens do mundo inteiro) como a luz. Se somos cristãos, devemos ser parecidos com Cristo.Se quereis aprender a ser assim, a arte da atenção far-vos-á ser cada vez mais como Cristo, que tinha o coração humilde e estava sempre atento às necessidades dos homens. Nesta atenção para com os outros dá-se início a uma grande santidade, e, para ser bela, a nossa vocação deve estar cheia dessa atenção. Por onde Jesus passou, só fez o bem. E em Caná a Virgem Maria só pensou nas necessidades dos outros e no modo de o dizer a Jesus.O cristão é um tabernáculo do Deus vivo. Ele criou-me, escolheu-me e veio morar em mim porque de mim teve necessidade. E, agora que já aprenderam quanto Deus vos ama, o que haverá de mais natural do que passar o resto da vossa vida a resplandecer com esse amor? Ser verdadeiramente cristão é acolher Cristo de verdade e assim vir a ser outro Cristo; é amar como somos amados, como Cristo nos amou na Cruz.
Fonte: Evangelho Quotidiano