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sábado, 5 de março de 2011

LITURGIA DO DIA - 05/03

Santo do dia

Sábado da 8a semana do Tempo Comum
LEITURAS

Livro de Eclesiástico 51,12-20.
Por isso, eu te glorificarei, cantarei os teus louvores, e bendirei o nome do Senhor. Quando eu era ainda jovem, antes de ter viajado, busquei abertamente a sabedoria na oração. Pedi-a a Deus, diante do santuário, e buscá-la-ei até ao fim. Na sua flor, como uva sazonada, o meu coração nela se alegrou; os meus pés andaram por caminho recto; desde a minha juventude tenho seguido os seus rastos. Apliquei um pouco o meu ouvido, e logo a percebi; encontrei em mim mesmo muita sabedoria. Nela fiz grandes progressos. Tributarei glória àquele que me deu a sabedoria, porque resolvi pô-la em prática; tive zelo do bem e não serei confundido. Lutou minha alma por ela e pus toda a atenção em observar a Lei. Levantei as minhas mãos ao alto e deplorei a minha ignorância acerca dela. Dirigi para ela a minha alma, e na pureza a encontrei. Graças a ela, adquiri inteligência desde o princípio; por isso nunca serei abandonado.
Livro de Salmos 19,8.9.10.11.
A lei do SENHOR é perfeita, reconforta o espírito; as ordens do SENHOR são firmes, dão sabedoria ao homem simples.Os mandamentos do SENHOR são rectos, alegram o coração; os preceitos do SENHOR são claros, iluminam os olhos.O temor do SENHOR é puro, permanece para sempre. As sentenças do SENHOR são verdadeiras, todas elas são justas.São mais desejáveis que o ouro, o ouro mais fino; são mais doces que o mel, o puro mel dos favos.
Evangelho segundo S. Marcos 11,27-33.
Regressaram a Jerusalém e, andando Jesus pelo templo, os sumos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram-lhe: «Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu autoridade para as fazeres?» Jesus respondeu: «Também Eu vos farei uma pergunta; respondei-me e dir-vos-ei, então, com que autoridade faço estas coisas: O baptismo de João era do Céu, ou dos homens? Respondei-me.» Começaram a discorrer entre si, dizendo: «Se dissermos 'do Céu’, dirá: 'Então porque não acreditastes nele?’ Se, porém, dissermos 'dos homens’, tememos a multidão.» Porque todos consideravam João um verdadeiro profeta. Por fim, responderam a Jesus: «Não sabemos.» E Jesus disse-lhes: «Nem Eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Hilário (c. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja A Santíssima Trindade, VII, 26-27

«Com que autoridade fazes estas coisas?»

Vem do Pai, este Filho que se Lhe assemelha. Vem dEle, este Filho que podemos comparar com Ele, pois Se parece com Ele. É Seu igual, este Filho que faz as mesmas obras que Ele (Jo 5, 19). [...] Sim, o Filho faz as obras do Pai; e é por isso que nos pede para acreditarmos que Ele é o Filho de Deus. Ele não se arrogaria um título que não Lhe fosse devido; não é sobre as Suas próprias obras que Ele apoia as Suas reivindicações. Não! Ele dá testemunho de que não são as Suas obras, mas as de Seu Pai. E atesta assim que o brilho das Suas acções Lhe advêm do Seu nascimento divino. Mas como é que os homens poderiam ter reconhecido nEle o Filho de Deus, no mistério deste corpo que Ele tinha assumido, neste homem nascido de Maria? Era para fazer penetrar nos seus corações a fé nEle que o Senhor fazia todas estas obras: «Se faço as obras de Meu Pai, então, mesmo que não queirais acreditar em Mim, acreditai ao menos nas Minhas obras» (Jo 10, 38). [...]Se a humildade do Seu corpo parece um obstáculo para crermos na Sua palavra, Ele pede-nos para, pelo menos, crermos nas Suas obras. De facto, porque é que o mistério do Seu nascimento humano havia de nos impedir de compreender o Seu nascimento divino? [...] «Se não quiserdes acreditar em Mim, acreditai nas Minhas obras, para saberdes e reconhecerdes que o Pai está em Mim, e Eu no Pai». [...] Tal é a natureza que Ele possui pelo nascimento; tal é o mistério de uma fé que nos assegurará a salvação: não dividir Os que são Um, não privar o Filho da Sua natureza, e proclamar a verdade do Deus Vivo nascido do Deus Vivo. [...] «Como o Pai que Me enviou vive, também Eu vivo pelo Pai» (Jo 6, 57). [...] «Como o Pai tem a vida em Si mesmo, também deu ao Filho a possibilidade de ter também a vida em Si mesmo» (Jo 5, 26).
Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 4 de março de 2011

LITURGIA DO DIA - 04/03

Santo do dia

Sexta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Livro de Eclesiástico 44,1.9-13.
Louvemos os homens ilustres, nossos antepassados, segundo as suas gerações. Outros há, cuja memória já não existe; pereceram como se não tivessem existido, nasceram como se não tivessem nascido, e da mesma maneira, os seus filhos, depois deles. Porém, aqueles foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas. Na sua descendência permanecem os seus bens, e a sua herança passa à sua posteridade. Os seus descendentes mantiveram-se fiéis à Aliança, os seus filhos também, graças a eles. A sua posteridade permanecerá para sempre, e a sua glória não terá fim.
Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6.9.
Cantai ao SENHOR um cântico novo; louvai-o na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel no seu criador; regozije-se o povo de Sião no seu rei! Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe ao som de harpas e tambores! SENHOR ama o seu povo e honra os humildes com a vitória! Exultem de alegria os fiéis pelo triunfo de Deus e cantem jubilosos em seus leitos! Entoem bem alto os louvores de Deus, com a espada de dois gumes na mão, para lhes aplicarem a sentença que estava determinada. Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho segundo S. Marcos 11,11-26.
Chegou a Jerusalém e entrou no templo. Depois de ter examinado tudo em seu redor, como a hora já ia adiantada, saiu para Betânia com os Doze. Na manhã seguinte, ao deixarem Betânia, Jesus sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Disse então: «Nunca mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto. Chegaram a Jerusalém; e, entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; deitou por terra as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas, e não permitia que se transportasse qualquer objecto através do templo. E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.» Os sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isto e procuravam maneira de o matar, mas temiam-no, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento. Quando se fez tarde, saíram para fora da cidade. Ao passarem na manhã seguinte, viram a figueira seca até às raízes. Pedro, recordando-se, disse a Jesus: «Olha, Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!» Jesus disse-lhes: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: 'Tira-te daí e lança-te ao mar’, e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz se vai realizar, assim acontecerá. Por isso, vos digo: tudo quanto pedirdes na oração crede que já o recebestes e haveis de obtê-lo. Quando vos levantais para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas. Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de S. Marcos, n°9 (a partir da trad. Marc commenté, DDB 1986, pp. 87ss.)
«Não façais da casa de Meu Pai um antro de comércio» (Jo 2, 16)
«Entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que vendiam e os que compravam.» Alguns espantam-se com a ressurreição de Lázaro; ficam admirados com o facto de o filho de uma viúva ter ressuscitado. Outros ficam estupefactos com outros milagres. É certamente admirável tornar a dar vida a um corpo morto. Quanto a mim, fico mais impressionado com o acontecimento presente. Este homem, filho de um carpinteiro, um pobre sem morada fixa, sem sítio onde repousar, sem exército, que não era nem chefe nem juiz – que poder O autorizou a, [...] sozinho, expulsar uma multidão tão numerosa? Ninguém protestou, ninguém ousou resistir, pois ninguém ousou opor-se ao Filho que reparava a injúria feita a Seu Pai. [...]«Ele começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no templo.» Se isto foi possível entre os judeus, porque não será, e com mais razão, entre nós? Se isto acontece no contexto da Lei, porque não acontece o mesmo no Evangelho? [...] Cristo, um pobre, expulsa os compradores e os vendedores, que são ricos. Aquele que vende é expulso do mesmo modo que aquele que compra. Que ninguém diga: «Eu ofereço tudo o que possuo, dou oferendas aos sacerdotes como Deus ordenou». Numa passagem de Mateus lemos o seguinte: «Haveis recebido de graça, dai de graça» (Mt 10, 8). A graça de Deus não se vende, dá-se.
Fonte: Evangelho Quotidiano

quinta-feira, 3 de março de 2011

LITURGIA DO DIA - 03/03

Santo do dia
Quinta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

LEITURAS
Livro de Eclesiástico 42,15-25.
Relembrarei, agora, as obras do Senhor e anunciarei o que vi. Pelas palavras do Senhor foram realizadas as suas obras e segundo a sua vontade realizou-se o seu decreto. O Sol que brilha contempla todas as coisas; a obra do Senhor está cheia da sua glória. Os santos do Senhor não têm capacidade para contar todas as suas maravilhas, que o Senhor omnipotente solidamente estabeleceu, a fim de que subsistam na sua glória. Ele sonda o abismo e o coração humano, e penetra os seus pensamentos mais subtis. Realmente, o Senhor conhece toda a ciência e contempla os sinais dos tempos futuros. Anuncia o passado e o futuro e descobre os vestígios das coisas ocultas. Nenhum pensamento lhe escapa, não se esconde dele uma só palavra. Dispôs em ordem os grandes feitos da sua sabedoria. Ele que existe antes de todos os séculos e para sempre. Nada se lhe pode acrescentar nem diminuir, nem necessita do conselho de ninguém. Quão amáveis são todas as suas obras! E todavia não podemos ver delas mais que uma centelha. Estas obras vivem e subsistem para sempre e, em tudo o que é preciso, todas lhe obedecem. Todas as coisas vão aos pares, uma corresponde à outra, e Ele nada fez incompleto. Uma contribui para o bem da outra, e quem se saciará de contemplar a sua glória?
Livro de Salmos 33(32),2-3.4-5.6-7.8-9.
Louvai o SENHOR com a cítara; cantai lhe salmos com a harpa de dez cordas.Cantai lhe um cântico novo, tocai com arte por entre aclamações.As palavras do SENHOR são verdadeiras, as suas obras nascem da fidelidade.Ele ama a rectidão e a justiça; a terra está cheia da sua bondade.A palavra do SENHOR criou os céus, e o sopro da sua boca, todos os astros.Ele juntou as águas do mar como numa represa e guardou as torrentes do Abismo nos seus depósitos.A terra inteira tema o SENHOR, tremam diante dele os habitantes do mundo.Porque Ele disse e tudo foi feito, Ele ordenou e tudo foi criado.
Evangelho segundo S. Marcos 10,46-52.
Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. E ouvindo dizer que se tratava de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!» Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!» Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te.» E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!» respondeu o cego. Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho n°2; PL 76, 1081 (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p.141 rev.)

«Ele gritava cada vez mais»

Que todo o homem que conhece as trevas que fazem dele um cego [...] grite a plenos pulmões: «Jesus filho de David, tem misericórdia de mim!». Mas ouçamos também o que se segue aos gritos do cego: «Aqueles que caminhavam à frente repreendiam-no para o fazer calar» (Lc 18, 39). Quem são eles? Eles estão ali para representar os desejos da nossa condição neste mundo, promotores de confusão, os vícios do homem e o seu tumulto, que, querendo impedir a vinda de Jesus a nós, perturbam o nosso pensamento semeando nele a tentação, e querem abafar a voz do nosso coração que ora. Com efeito, acontece frequentemente que a nossa vontade de nos virarmos de novo para Deus [...], o nosso esforço para afastar os nossos pecados através da oração, é contrariado pela sua imagem; a vigilância do nosso espírito afrouxa ao seu contacto, eles semeiam a confusão no nosso coração, sufocam o grito das nossas preces. [...]Que fez então este cego para receber a luz maugrado estes obstáculos? «Ele gritava cada vez mais: 'Filho de David, tem misericórdia de mim!'». [...] Sim, quanto mais o tumulto dos nossos desejos nos acabrunhar, mais insistente deve ser a nossa prece. [...] Quanto mais abafada for a voz do nosso coração, mais vigorosamente ela deve insistir até se sobrepor ao tumulto dos pensamentos invasores e tocar o ouvido fiel do Senhor. Creio que todos nos reconheceremos nesta imagem: no momento em que nos esforçamos por desviar o nosso coração deste mundo para o reencaminhar para Deus [...], são muitos os importunos que pesam sobre nós e que temos de combater. É um enxame que o desejo de Deus tem dificuldade em afastar dos olhos do nosso coração. [...] Mas, persistindo vigorosamente na oração, deteremos no espírito Jesus que passa. Donde a narração do Evangelho: «Jesus parou e ordenou que o levassem até Ele» (v. 40).

Fonte: Evangelho Quotidiano

quarta-feira, 2 de março de 2011

LITURGIA DO DIA - 02/03

Santo do dia

Quarta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

LEITURAS
Livro de Eclesiástico 36,5-6.10-17.
Renova os teus prodígios, faz novos milagres, glorifica a tua mão e o teu braço direito, acende o teu furor e derrama a tua ira; destrói o adversário e aniquila o inimigo. Reúne todas as tribos de Jacob, toma-as como tua herança, como no princípio. Tem piedade, Senhor, do teu povo, que foi chamado pelo teu nome, e de Israel, que trataste como filho primogénito. Tem piedade da cidade do teu santuário, de Jerusalém, lugar do teu repouso. Enche Sião do louvor das tuas maravilhas, e o teu povo com a tua glória. Dá testemunho a favor daqueles que, desde o princípio, são tuas criaturas, leva a efeito as profecias, em teu nome proferidas. Recompensa os que pacientemente esperam em ti, a fim de que os teus profetas sejam acreditados. Ouve, Senhor, a súplica dos teus servos, segundo a bênção de Aarão sobre o teu povo, e todos sobre a terra reconhecerão que Tu és Senhor, o Deus dos séculos.
Livro de Salmos 79,8.9.11.13.
Não recordes contra nós as faltas dos nossos antepassados; venha depressa ao nosso encontro a tua misericóSocorre nos, ó Deus, nosso salvador, para glória do teu nome; livra nos e perdoa nos pelo amor do teu nomeChegue junto de ti o gemido dos cativos e, pela grande força do teu braço, salva da morte os que estão coNós, que somos o teu povo e ovelhas do teu rebanho, glorificar te emos para sempre; de geração em geração.
Evangelho segundo S. Marcos 10,32-45.
Iam a caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus seguia à frente deles. Estavam espantados, e os que seguiam estavam cheios de medo. Tomando de novo os Doze consigo, começou a dizer-lhes o que lhe ia acontecer: «Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, e eles vão condená-lo à morte e entregá-lo aos gentios. E hão-de escarnecê-lo, cuspir sobre Ele, açoitá-lo e matá-lo. Mas, três dias depois, ressuscitará.» Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: «Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos.» Disse-lhes: «Que quereis que vos faça?» Eles disseram: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda.» Jesus respondeu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o baptismo com que Eu sou baptizado?» Eles disseram: «Podemos, sim.» Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu bebo e sereis baptizados com o baptismo com que Eu sou baptizado; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não pertence a mim concedê-lo: é daqueles para quem está reservado.» Os outros dez, tendo ouvido isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos. Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja Comentário ao Diatessaron, 20, 2-7 (a partir da trad. SC 121, pp. 344 ss.)

«O Filho do Homem veio [...] para dar a Sua vida»

«Se for possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26, 39). Porque dizes como Simão Pedro: «Deus Te livre de tal, Senhor!» (Mt 16,22), Tu que agora dizes: «Se for possível, afasta de Mim este cálice»? Ele sabia bem aquilo que dizia ao Pai, que era possível o Pai afastar o cálice, mas viera bebê-lo por todos, a fim de pagar com esse cálice a dívida que a morte dos profetas e dos mártires não pudera pagar. [...] Aquele que havia descrito a Sua condenação à morte nos profetas e que havia prefigurado o mistério da Sua morte pelos justos, quando chegou a altura de consumar essa morte, não Se recusou a bebê-lo. Se não tivesse querido bebê-lo, mas antes afastá-lo, não teria comparado o Seu corpo com o Templo nesta frase: «Destruí este Templo e em três dias Eu o reconstruirei» (Jo 2, 19); não teria dito aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu bebo?» e ainda: «Tenho de receber um baptismo» (Lc 12, 50). [...]«Se for possível, afasta de Mim este cálice». Ele diz isto por causa da fraqueza que adoptara, não fingida mas real. Uma vez que Se fizera pequeno e tinha de facto adoptado a nossa fraqueza, temia e sentia-Se abalado na Sua fraqueza. Tendo revestido a forma humana, tendo adoptado a fraqueza, comendo quanto tinha fome, cansando-Se com o trabalho, deixando-Se vencer pelo sono, tudo o que estava relacionado com a carne tinha de ser cumprido quando chegou a altura da Sua morte. [...]Para trazer, pela Sua paixão, conforto aos seus discípulos, Jesus sente o que eles sentem. Ele tomou sobre Si o medo deles, para lhes mostrar, pela semelhança da Sua alma, que não devem vangloriar-se a propósito da morte antes de terem passado por ela. Se, com efeito, Aquele que nada teme sentiu medo e pediu para ser salvo quando sabia que era impossível, quanto mais devem os outros perseverar na oração perante a tentação de dela serem libertados quando ela se apresentar. [...] Para dar coragem aos que temem a morte, Ele não escondeu o Seu próprio receio, para que eles saibam que este medo não os leva ao pecado desde que não permaneçam nele. «Não, Pai, diz Jesus, mas que seja feita a Tua vontade»: que Eu morra para dar a vida à multidão.
Fonte: Evangelho Quotidiano

terça-feira, 1 de março de 2011

LITURGIA DO DIA - 01/03


Santo do dia
Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum

LEITURAS

Livro de Eclesiástico 35,1-12.
Aquele que observa a Lei faz numerosas oferendas; oferece sacrifício salutar o que guarda os preceitos. Aquele que se mostra generoso oferece flor de farinha, e o que usa de misericórdia oferece um sacrifício de louvor. Fugir do mal é o que agrada ao Senhor, e quem fugir da injustiça obtém o perdão dos pecados. Não te apresentes diante do Senhor com as mãos vazias, porque todos estes ritos obedecem a um preceito. A oblação do justo enriquece o altar, e o seu perfume sobe ao Altíssimo. O sacrifício do justo é aceitável, a sua memória não será esquecida. Dá glória a Deus com generosidade e não regateies as primícias das tuas mãos. Faz todas as tuas oferendas com semblante alegre, consagra os dízimos com alegria. Dá ao Altíssimo, segundo o que Ele te tem dado; dá com ânimo generoso, segundo as tuas posses, porque o Senhor retribuirá a dádiva, recompensar-te-á de tudo, sete vezes mais. Não procures corrompê-lo com presentes, porque não os aceitará; não te apoies num sacrifício injusto. Pois o Senhor é um juiz, e não faz distinção de pessoas.
Livro de Salmos 50(49),5-6.7-8.14.23.
"Reuni junto a mim os que me são fiéis, os que selaram a minha aliança com um sacrifício."Até os céus proclamarão a sua justiça, porque Deus é quem julga."Escuta, meu povo, sou Eu quem vai falar; Israel, vou testemunhar contra ti: Eu sou o Senhor, teu Deus.Não te repreendo por causa dos teus sacrifícios; os teus holocaustos estão sempre na minha presença.Oferece a Deus um sacrifício de louvor e cumpre as promessas feitas ao Altíssimo.Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor; a quem anda por este caminho farei participar da salvação de Deus.
Evangelho segundo S. Marcos 10,28-31.
Pedro começou a dizer-lhe: «Aqui estamos nós que deixámos tudo e te seguimos.» Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: quem deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna. Muitos dos que são primeiros serão últimos, e muitos dos que são últimos serão primeiros.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por Tomás de Celano (c. 1190-v. 1260), biógrafo de São Francisco e de Santa Clara Vida de Santa Clara, §§ 25-28 (a partir da trad. Vorreux, Documents, Eds. Franciscanas 1983, p. 615 rev.)

Deixar tudo para O seguir

Havia já quarenta anos que Clara, segundo a comparação utilizada por São Paulo (1Cor 9, 24), corria no estádio da grande pobreza. Ela aproximava-se da meta da sua vocação celeste e da recompensa prometida ao vencedor. [...] A Divina Providência apressava-Se a cumprir o que havia previsto para Clara: Cristo quer introduzir a pobrezinha no Seu palácio real no termo da sua peregrinação. Quanto a ela, aspirava com todo o arrebatamento do seu desejo [...] contemplar, reinando no alto em toda a Sua glória, o Cristo que imitara na Terra na sua pobreza. [...]Todas as suas filhas estavam reunidas em torno do leito da mãe. [...] Dirigindo-se então a si mesma, Clara disse à sua alma: «Parte com toda a segurança, pois tens um bom guia para o caminho. Parte, pois Aquele que te criou também te santificou; Ele sempre te protegeu e amou com um amor terno, como uma mãe ama o seu filho. Abençoado sejas, Senhor, Tu que me criaste!» Uma irmã perguntou-lhe a quem se dirigia ela. Clara respondeu: «À minha alma abençoada». O seu guia para o caminho não estava longe. Com efeito, voltando-se para uma das suas filhas, perguntou-lhe: «Estás a ver o Rei de glória que eu entrevejo?» [...]Bendita seja a sua saída deste vale de misérias, uma saída que foi para ela a entrada na vida bem-aventurada! Em recompensa dos seus jejuns neste mundo, conhece agora a alegria que reina à mesa dos santos; em troca dos andrajos e das cinzas, entrou na posse da beatitude do Reino dos Céus onde está vestida com as vestes da glória eterna.
Fonte: Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 28/02

Santo do dia
Segunda-feira da 8ª semana do Tempo Comum

LEITURAS
Livro de Eclesiástico 17,24-29.
Aos que se arrependem, porém, Ele deixa-os recomeçar, e conforta os que perderam a perseverança. Converte-te ao Senhor, deixa os teus pecados, suplica diante dele e evita as ocasiões de pecado. Volta-te para o Altíssimo, afasta-te da injustiça, – pois Ele próprio te conduzirá, das trevas à claridade da salvação – e detesta profundamente o que é abominável. Quem louvará o Altíssimo no Hades, em lugar dos vivos, quem o poderá louvar? O morto, como quem não existe, já não pode louvar; o homem vivo e com saúde é que louvará o Senhor. Como é grande a misericórdia do Senhor, e o seu perdão para com todos os que a Ele se convertem!
Livro de Salmos 32(31),1-2.5.6.7.
Feliz aquele a quem é perdoada a culpa e absolvido o pecado.Feliz o homem a quem o SENHOR não acusa de iniquidade e em cujo espírito não há engano.Confessei te o meu pecado e não escondi a minha culpa; disse: "Confessarei ao SENHOR a minha falta"; e Tu me perdoaste a culpa do pecado.Por isso, todo o fiel te invoca no tempo da angústia. E, mesmo que transbordem águas caudalosas, jamais o hão de atingir.Tu és o meu refúgio: livras me da angústia e me envolves em cânticos de libertação.
Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.
Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.» Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens. Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!» Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu: «Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.» Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?» Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia na Capadócia, Doutor da Igreja Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278 (a partir da trad. coll. Icthus, t. 6, p. 82 rev.)

«Ao ouvir estas palavras [...], retirou-se pesaroso.»

O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, chega junto das muralhas, encontra aí uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da sua viagem e acaba por não ir visitar as belezas da cidade. Assim são estes que cumprem os mandamentos mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.
Fonte: Evangelho Quotidiano

domingo, 27 de fevereiro de 2011

LITURGIA DO DIA - 27/02

Santo do dia

8º Domingo do Tempo Comum - Ano A


Oitavo Domingo do Tempo Comum

O desejo de adquirir ou aumentar os bens materiais é legítimo: corresponde às exigências da dignidade humana. Na verdade, para a realização da pessoa e da sociedade, a riqueza e a ordem económica são tão importantes que o desenvolvimento do indivíduo e da família está condicionado pelas suas possibilidades económicas. Por isso, o mesmo "Deus destinou a terra, com tudo o que ela contém, para uso de todos os homens e povos" (G. S.,6). Necessários como um meio, não podem os bens materiais transformar-se num fim, a que tudo se sacrifica. Acima de tudo está o Reino de Deus. O cristão não cai, por isso, no culto da riqueza que domina e escraviza tantos homens. Não usa meios injustos para adquirir a riqueza. No uso dos bens materiais, não se deixa guiar pelo egoísmo. Numa sociedade, em que, tão prodigiosamente, aumentam os recursos materiais, sem que deixe de subsistir a mais escandalosa miséria, o cristão pratica a justiça social, põe em prática a comunicação cristã de bens e promove o progresso social na ordem económica, para que todos os homens possam viver uma vida digna de filhos de Deus.

LEITURAS
Livro de Isaías 49,14-15.
Sião dizia: «O SENHOR abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.» Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria.
Livro de Salmos 62(61),2-3.6-7.8-9.
Só em Deus descansa a minha alma; dele vem a minha salvação.Só Ele é o meu refúgio e a minha salvação, a minha fortaleza: jamais serei abalado.Só em Deus descansa a minha alma, dele vem a minha esperança.Só Ele é o meu refúgio e salvação, a minha fortaleza; jamais serei abalado.Em Deus está a minha salvação e a minha glória, Ele é o meu rochedo seguro e o meu refúgio.Confiai nele, ó povos, em todo o tempo, desafogai nele o vosso coração. Deus é o nosso refúgio.
1ª Carta aos Coríntios 4,1-5.
Considerem-nos, pois, servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora, o que se requer dos administradores é que sejam fiéis. Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por um tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. De nada me acusa a consciência, mas nem por isso me dou por justificado; quem me julga é o Senhor. Por conseguinte, não julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor. Ele é quem há-de iluminar o que se esconde nas trevas e desvendar os desígnios dos corações. E então cada um receberá de Deus o louvor que merece.
Evangelho segundo S. Mateus 6,24-34.
Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.» «Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas? Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos preocupeis, dizendo: 'Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos?’ Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas Conferência de 21/02/1659 (trad. a partir de Seuil 1960, p. 547)

Procurai primeiro o reino de Deus

«Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo.» [...] Por conseguinte é dito que procuremos o reino de Deus. «Procurai-o» é apenas uma palavra, mas parece-me significar muitas coisas. Quer dizer [...] trabalhar incessantemente para o reino de Deus, e não permanecer num estado ocioso e estático, prestar atenção ao interior para bem o regrar, e não aos divertimentos exteriores. [...] Procurai a Deus dentro de vós, visto que Santo Agostinho confessa que, enquanto O procurou fora dele, não O encontrou. Procurai na vossa alma, como Sua morada agradável e base onde os Seus servos procuram pôr em prática todas as virtudes. A vida interior é imprescindível, e é necessário ampliá-la; se não tivermos vida interior, nada temos. [...] Procuremos tornar-nos interiores. [...] Procuremos a glória de Deus, procuremos o reino de Jesus Cristo. [...]«Mas [dir-me-ão] há tanto a fazer, tantos trabalhos em casa, tantos empregos na cidade, no campo; trabalho por toda a parte; será então necessário deixar tudo para pensar unicamente em Deus?» Não, mas é necessário santificar estas ocupações procurando a Deus nelas, e fazê-las para O encontrar, mais do que para as ver feitas. Nosso Senhor quer, antes de tudo, que procuremos a Sua glória, o Seu reino, a Sua justiça, e, por isso, que o nosso tesouro seja a vida interior, a fé, a confiança, o amor, os exercícios espirituais [...], os trabalhos e as dores com vista a Deus, nosso soberano Senhor. [...] Uma vez assim constituídos na procura da glória de Deus, temos a certeza de que o resto se seguirá.

Fonte: Evangelho Quotidiano